O segundo trimestre de 2010, foi realmente marcante para os livros digitais. No período, a cada 100 livros tradicionais vendidos, as lojas virtuais vendiam 143 livros para usuários do e-reader Kindle, um aparelho semelhante ao notebooks, mas com a finalidade principal para leitura. Os dados das vendas dos conteúdos digitais são da empresa virtual Amazon, que revelou também que esta é a primeira vez que isso acontece na história.
O Kindle ainda suporta os livros digitais gratuitos, o que ajuda ainda mais a fomentar a nova tendência de leitura. Mesmo com um grande sucesso entre os adeptos a tecnologia, dispositivos como o Kindle, da Amazon, e o Sony Reader, (aparelho concorrente), apresentam texto em um formato legível e limpo que incentiva o cérebro a ser “preguiçoso”, tornando difícil ao usuário entender e aceitar o conteúdo que acabou de ler, o que leva aos críticos a afirmarem que leitores de livros digitais tendem a absorver menos do que leram porque a informação é apresentada em uma forma muito simples, o que faz com que a descoberta torne-se contraditória a ideia de que uma leitura legível facilita o aprendizado e a lembrança de informações.
Um estudo da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, descobriu que um número significativo de voluntários conseguiu lembrar mais informações quando elas eram apresentadas com letras incomuns. A pesquisa sugere que a chamada disfluência – tornar a informação difícil de entender – melhora o aprendizado e estimula uma melhor retenção do conteúdo. O estudo questiona o quanto fontes (tipo de letra) conhecidas como Times New Roman e Arial, usadas na maioria dos livros acadêmicos, ajudam os leitores a estudar para provas. Embora os donos de um Kindle possam alterar o tamanho do texto, eles não conseguem mudar a fonte Caecilia, que segundo o autor da pesquisa, o americano Jonah Lehrer, permite uma leitura relaxante.
Críticos dos leitores digitais dizem que esses dispositivos impedem o usuário de absorver informações porque sua tela e fontes dizem ao subconsciente que as palavras que transmitem não são importantes. Entre receber ou não o aval dos críticos e ser aceito cada vez mais pelos leitores, uma outra questão se torna maior que as barreiras impostas aos “e-Books”, a de reconhecer ou não os conteúdos introduzidos aos leitores, na qual levanta outra questão, se livros digitais são mais usados como entretenimento, ou se qualquer conteúdo absorvido através do aparelho torna-se menos didático que os livros convencionais.