Entre os dias 10 e 12, um trabalho de investigação arqueológica foi feito em Ibitinga, mais precisamente na antiga Pousada da Cesp, nas margens do Rio Tietê. Uma equipe de arqueólogos esteve na cidade e com o resultado da investigação, irão emitir um laudo sobre a riqueza arqueológica da área.
A investigação foi encomendada pelo Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo. De acordo com a arqueóloga responsável pelo trabalho, Karien Shapazian, o motivo é uma retirada de terra de uma das margens do rio, para facilitar as manobras de grandes embarcações, usada no transporte hidroviário. Calcula-se que cerca de 200 metros da margem do rio será removida. Antes da obra, um relatório sobre o impacto arqueológico deve ser enviado ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que irá analisar se a obra irá causar impacto arqueológico, e assim aprovar ou não a modificação do leito do rio.
Segundo o Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo, a obra de ampliação e retificação do canal, visa a melhoria na rota para aproximação e acesso à eclusa de Ibitinga. O custo previsto da obra é de R$ 9,7 milhões; o prazo de execução (após a contratação da empresa que executará) é de 10 meses e tem início previsto para março de 2013.
A investigação arqueológica
A investigação é obrigatória em determinadas obras e tem o intuito de preservar as riquezas arqueológicas materiais (cerâmicas, objetos, instrumentos de civilizações que ali viveram) e também, preservar riquezas imateriais (roupas, festas, costumes, receitas, etc). No caso de Ibitinga, o sítio arqueológico é do tipo Sambaqui, onde podem ser encontradas peças conhecidas como Líticos, que são pedras usadas como facas e flexas, que foram confeccionadas para facilitar a vida do homem que viveu a centenas de anos atrás, ou até mesmo milhares de anos. “Quando encontramos uma peça assim, devemos fazer uma reflexão sobre a vida daquele indivíduo que viveu ali e pra que ele precisava daquela peça, para caçar, pescar, limpar um peixe, ou outra coisa”, explicou Jordana Goulart, arqueóloga integrante da equipe da empresa Grupoterra 1, que realizou os estudos na área.
Em Ibitinga foram encontradas algumas peças, entre elas uma pedra que certamente foi talhada por outra pedra a fim de construir uma ferramenta para ajudar na caça ou pesca. Agora o próximo passo será produzir o laudo e protocolizar no IPHAN, que pode levar até 20 dias. Já o resultado do instituto, sem data prevista, irá avaliar se o terreno necessita de mais cuidados e estudos. De acordo com Karien Shapazian, certamente a área também é objeto de estudo para outras equipes, como biólogos e botânicos que analisam o impacto ambiental da fauna e flora, e também paleontólogos, que avaliam se a área tem restos de animais pré-históricos.
PEDRA ENCONTRADA EM IBITINGA: Para arqueológa, peça era usada como ferramenta por alguém que viveu na região