O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou na manhã desta segunda-feira que os preços dos pedágios das rodovias estaduais não serão reajustados, conforme antecipou a coluna "Holofote" na edição de VEJA desta semana. O aumento estava previsto em contrato a partir de 1º de julho e o porcentual dependeria do índice de inflação que seria usado: de 6,2%, se fosse seguido o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) ou de 6,5%, caso fosse usado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
No anúncio feito nesta segunda, o governo paulista também anunciou que lanchas e balsas, como a travessia entre Santos e Guarujá, no litoral paulista, não terão reajuste.
Em meio a uma onda de protestos no país, Alckmin enfatizou que o aumento está sendo cancelado e não adiado: "O reajuste não está sendo adiado por um ano, está sendo cancelado. Nós estamos assumindo o custo disso por um ano". Segundo o governador, o cancelamento do reajuste foi possível graças ao remanejamento de algumas verbas. "Não é uma medida populista. É um trabalho que fazemos há dois anos e meio para reequilibrar os contratos de concessão", afirmou.
A decisão acontece poucos dias depois de manifestantes bloquearem rodovias paulistas. De acordo com informações divulgadas em nota pelo governo do estado, o anúncio está ligado ao programa Ponto a Ponto. O sistema foi implantado há pouco mais de um ano em projeto piloto e prevê a cobrança de pedágio por trecho percorrido. Segundo o governo estadual, o novo programa já garantiu a economia de 162 000 reais aos usuários.
"Estamos desde o inicio implantando o Ponto a Ponto, quebramos o monopólio do Sem Parar estamos rediscutindo todos os contratos", informou o governo em nota.
O governador também falou sobre as manifestações no país. "Quero destacar a importância das manifestações. Hoje, nós temos um encontro com a presidente Dilma lá em Brasília. Estamos abertos ao diálogo e buscando nossas parcerias em serviços públicos. Quero reiterar a necessidade da reforma política. Nós temos há bastante tempo alertado sobre isso. Acho que se precisa fazer um pacto pela reforma política."
Após o anúncio, Alckmin embarcou para Brasília, onde se reunirá com a presidente Dilma Rousseff junto com outros governadores e prefeitos.