A presidente Dilma Rousseff, primeira chefe de Estado a ser recebida pelo papa Francisco após a missa inaugural do pontífice, brincou ontem que os argentinos têm sorte pela escolha de um papa de seu país, “mas Deus é brasileiro”.
O encontro de Dilma com o argentino Jorge Mario Bergoglio, eleito papa no conclave da semana passada, durou cerca de 20 minutos no Palácio Apostólico do Vaticano. A audiência foi bem-humorada e o papa Francisco falou “portunhol”, contou Dilma a jornalistas após a audiência.
“Ele disse que estava com o Brasil, que estava com a América Latina”, disse a presidente, segundo declarações divulgadas pela Secretaria de Imprensa da Presidência. “Ele fala em portunhol igual a gente. E ele entende português bem”, acrescentou.
Questionada, por um jornalista da Argentina, sobre o que pensa de o papa ser argentino, Dilma respondeu com bom humor: “Vocês têm muita sorte. É um grande papa. A Argentina está de parabéns. Agora a gente sempre diz ‘o papa é argentino, mas Deus é brasileiro’.”
O papa Francisco, que iniciou oficialmente o pontificado a partir da missa inaugural na terça-feira, disse à presidente que pretende visitar a cidade de Aparecida, em São Paulo, onde fica a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, após participar da Jornada Mundial da Juventude em julho, no Rio de Janeiro. A Basílica de Aparecida, considerada o maior santuário do mundo dedicado a Maria, recebeu em 2007 a 5.ª Conferência-Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.
O então cardeal argentino Jorge Bergoglio participou da conferência, assim como o agora papa emérito Bento XVI. Dilma disse que o papa lembrou da visita a Aparecida na conversa com ela, e a presenteou com um livro resultante da conferência, mas recomendou para não ler o livro todo.