Ibitinga, Terça, 26 de Novembro de 2024
Consecitrus, verdades e inverdades
Por Flávio de Carvalho Pinto Viegas Presidente da Associtrus em especial para Folha de Ibitinga

          Em debate de que participamos representando a Associtrus, no Canal Rural no dia 2/2, ficou claro que a indústria pretende criar a imagem de que o Consecitrus seria a solução para todos os problemas da citricultura e que a Associtrus, intransigente, é contra a proposta.

 

            A indústria de suco, muito espertamente, depois de mais de uma década negando-se a tratar de qualquer discussão sobre o Consecitrus, proposto pela Associtrus, repentinamente, no ano passado, procurou a Associtrus e posteriormente a FAESP e a SRB, “oferecendo” um consecitrus que não atende aos interesses dos citricultores e seria extremamente vantajoso para a indústria.

 

            Três pontos são fundamentais: em primeiro lugar a indústria não quer incluir o suco NFC no cálculo da receita do setor; em segundo lugar, quer que o preço de venda do suco seja baseado em relatórios “auditados” fornecidos pela indústria; em terceiro, quer impor um único representante para os citricultores.

 

            Uma proposta como esta consolidaria a situação atual em que o cartel impõe os preços da laranja, com a vantagem de “fazer de conta” que o preço da laranja estaria sendo definido pelo “mercado”, o que, eles esperam, facilitaria a aprovação da fusão da Citrosuco com a Citrovita e, eventualmente, um acordo no processo de cartel que a indústria enfrenta no CADE/ SBDC. Finalmente, a imposição da criação de um órgão único que representaria os citricultores no Consecitrus, teria o objetivo de isolar a Associtrus e colocar como representante dos citricultores um “amigo da indústria”, alguém que se submeta e os citricultores aos interesses das esmagadoras.

 

            A continuidade da discussão do consecitrus deve passar pela manutenção das três entidades representativas dos citricultores na mesa de negociações; a contratação de consultoria técnica e jurídica para assessorar na elaboração de uma proposta que assegure o equilíbrio entre as partes; a transparência das informações e a vinculação da remuneração dos citricultores aos preços pagos pelo consumidor final por todos os produtos e subprodutos da laranja.

 

            A proposta da Associtrus é criar um piso para a remuneração do produtor, enquanto a indústria busca estabelecer para a caixa de laranja um teto, que seria muito inferior ao piso da proposta da Associtrus.

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