A fabricante de veículos de luxo Audi anunciou nesta terça-feira (17) que passará a produzir os modelos A3 Sedan e Q3 na fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O investimento previsto até 2016, de acordo com a empresa, será de R$ 500 milhões.
O A3 Sedan (veja avaliação) será lançado no final de 2015 e o utilitário esportivo Q3, no início de 2016. A partir 2018, a fábrica estima que venderá 30 mil carros ao ano, incluindo os importados e os fabricados no Brasil.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Audi é a 9ª montadora a vir ao Brasil desde janeiro, quando entrou em vigoro novo regime automotivo, o Inovar-Auto,que incentiva a produção nacional. Com a chegada da empresa alemã, os novos investimentos do setor automotivo atingem R$ 7,3 bilhões, disse o governo.
O anúncio da produção foi feito após reunião do presidente mundial da Audi AG, Rupert Stadler, com a presidente Dilma Roussef, no Palácio do Planalto, em Brasília. No entanto, o G1adintou os planos da montadora durante o Salão de Frankfurt, quando Ulrich Hackenberg, novo membro do Board for Technical Development da Audi, afirmou que o A3 teria produção brasileira. No dia seguinte, no salão, o presidente e CEO da montadora no Brasil, Jörg Hofmann, desconversou, mas deu indícios da confirmação da fábrica no país.
Em entrevista após a reunião, Stadler disse que a situação econômica estável do Brasil e as “perspectivas de crescimento da economia e do poder aquisitivo da classe média” levam a crer que haverá mercado para consumir mais carros de luxo no futuro.
De acordo com o vice-presidente mundial da Audi AG, Bernd Marten, a empresa prevê crescimento de 170% do mercado de carros de luxo no Brasil até 2020.
Stadler disse ainda que Dilma mostrou “grande interesse pelas atividades da Audi” no Brasil e demonstrou “bom conhecimento” na área de tecnologia. A empresa, afirmou, “vê o mercado brasileiro como bastante promissor. Espero que a economia brasileira continue crescendo como vem crescendo”.
“O mercado de veículos de luxo no Brasil ainda é bastante pequeno, mas a Audi acredita que vai crescer enormemente nos próximos anos com as mudanças sociais do Brasil”, declarou.
Copa do Mundo e Jogos Olímpicos
O presidente da Audi justificou a decisão de investir em uma fábrica no Brasil à histórica relação comercial entre os dois países e também ao rápido crescimento da classe média brasileira. Stadler disse ainda que o fato de o Brasil estar prestes a ser palco da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos também pesaram na escolha do país como sede da nova fábrica dos veículos de luxo alemães.
Segundo o dirigente da multinacional da Alemanha, a meta de longo prazo da empresa é atingir a liderança no segmento de automóveis premium no Brasil. Stadler anunciou que a empresa planeja que seu departamento de vendas irá mais do que dobrar a rede de concessionárias até o fim da década. Atualmente, a Audi possui 30 concessionárias no Brasil.
“Gostaria de aproveitar o momento para agradecer expressamente à presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e ao governador do Paraná, Beto Richa, pelas negociações excepcionalmente construtivas e comprometidas”, ressaltou o CEO mundial da empresa. “É especialmente interessante que a malha viária deve dobrar dos atuais 5,7 mil quilômetros de extensão total”, complementou.
E citando novamente a Copa do Mundo da Fifa em seu discurso, o presidente da Audi fez uma analogia entre as características dos jogadores de futebol do Brasil e da Alemanha com os futuros carros da marca de luxo que serão fabricados em território brasileiro.
G1