Produtores rurais associados do Sindicato Rural de Ibitinga e de Tabatinga (SRI) participaram da mobilização organizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para reivindicar a aprovação urgente do novo Código Florestal Brasileiro.

            O evento aconteceu na última terça-feira (05/04), em Brasília e cerca de 25 mil produtores rurais de todo o País estiveram no local. Os manifestantes traziam estampados nas camisetas e nas faixas seu apoio às mudanças do Código Florestal.

            O movimento começou com apresentação de grupo de violeiros e cantores regionais e na seqüência a celebração de uma missa campal. Depois foi a vez de deputados e senadores ligados ao setor rural falarem aos participantes.

            A presidente da CNA, Kátia Abreu, disse que, ao defender a modernização do Código, os produtores rurais não querem desmatar mais áreas, como apontam os críticos. As atuais áreas de produção, se forem consolidadas pela nova lei são suficientes para aumentar a produção de grãos em três vezes e a produção de pecuária em quatro vezes sem que seja necessário derrubar nenhuma árvore. Por outro lado, o atual Código Florestal deixa na ilegalidade cerca de 90% dos pequenos e médios produtores. Portanto, sem a modernização da legislação ambiental, o desempenho do setor agropecuário estará comprometido.

            A preocupação maior é com o decreto 7.029 que dá o prazo até onze de junho para regularização das reservas legais e prevê as aplicações de multas aos agricultores após esta data. E se o novo código florestal não for aprovado mais de quatro milhões de produtores serão considerados fora da lei.

            No período da tarde os mais de 25 mil produtores se juntaram à senadora Kátia Abreu, presidente da CNA, para um abraço simbólico ao congresso nacional. Na etapa final da manifestação o relator das mudanças no código florestal, Aldo Rebelo, defendeu seu relatório, falou sobre a importância do produtor brasileiro para o Brasil e o mundo e disse também que defender a agricultura é questão de soberania. “O Brasil não tem o direito de voltar às costas aos seus agricultores, alguns podem fazer isso por ignorância, alguns podem fazer isso porque perderam os laços com a pátria e o compromisso com o país.”, finaliza.

            A mobilização terminou sem a definição do presidente da Câmara, o deputado Marcos Maia, sobre uma data final para a votação do projeto em plenário. Mas a senadora Kátia Abreu garantiu aos produtores que esta votação acontece ainda no mês de abril.  Para encerrar todos cantaram o Hino Nacional.

            Para o presidente do SRI, Frauzo Ruiz Sanches, a participação dos produtores de todo o país, inclusive, Ibitinga e Tabatinga foi importante para mostrar o problema e alertar as autoridades sobre a importância do tema e da relevância da votação ainda no mês de abril. Segundo Frauzo, “ninguém é mais interessado e preocupado em preservar a natureza, pois é com o meio ambiente equilibrado que podemos produzir. Se tiver um meio ambiente desequilibrado não temos produção, não geramos alimentos para população e não obtemos renda de nossa atividade inviabilizando nosso negócio. O produtor é o mais interessado em preservar a natureza”, explica Frauzo.