Iluminar vidas, ou melhor, transformar vidas. Este é o objetivo a que se propõe o Programa Vida Iluminada. Criado em Ibitinga há 8 anos, o projeto é fruto do trabalho da AMU (Associação Mulher Unimed).
Dentre outras atividades, o programa atende e ensina aos deficientes visuais e às pessoas com baixa visão, o sistema braile, método pelo qual a pessoa aprende ler e escrever através do tato. Segundo a vice-presidente da entidade, Luciani Sgarbi, desde a sua implantação, muitas pessoas já passaram pelo projeto, sendo que, atualmente, oito pessoas são atendidas pelo programa. Dos participantes do programa apenas um tem necessidade da alfabetização em Braille, pois é cego, quanto aos demais que possuem baixa visão, embora tenham um acompanhamento especializado, não necessitam da utilização deste método. No dia 8 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Braille, em homenagem ao nascimento de José Álvares de Azevedo, o primeiro professor cego do Brasil.
“Agora é muito divulgado, mas quando a associação abriu, há oito anos, ninguém sabia das aulas”, comenta a coordenadora do curso em Braille, Tuca. A coordenadora foi capacitada pelo SENAI, e ajudou e incentivou a pedagoga Cecília Pulino, que hoje é voluntária no projeto.
O foco do projeto é fazer com que o deficiente visual leve uma vida normal sendo que o aprendizado do sistema Braille, é capaz de conceder-lhe mais autonomia e dignidade. “Em alguns casos a super proteção da família limita o desenvolvimento do deficiente. As pessoas não sabem lidar com a deficiência e, geralmente, ficam focadas nas dificuldades e limitações do deficiente, entretanto, a Associação trabalha no caminho inverso, ou seja, lá descobrimos e tentamos mostrar aquilo que os deficientes são capazes de realizar”, explica Luciani Sgarbi. “Agora eles dizem eu vou tentar, mas antes eles diziam eu não vou conseguir”, lembra a coordenadora Tuca. O método Braille é apto a propiciar a educação, habilitação, reabilitação e profissionalização para a pessoa cega. Além da conquista da alfabetização, ele significa acesso ao conhecimento científico, literário, filosófico, tecnológico e, acima de tudo, a inclusão na sociedade. Além do aprendizado do Braille na comunicação, o sistema também é usado para a música. Os teclados de instrumentos musicais recebem um adesivo em Braille, onde com isso, o aluno reconhece a tecla. Este mesmo método é usado no teclado dos computadores, o que permitem o aluno além da escrita em Braille, também possa se comunicar ou escrever no computador. Outra vantagem do aluno é poder ler revistas e livros em Braille. A biblioteca da AMU disponibiliza revistas e livros em Braille como o clássico literário, O pagador de promessas de Dias Gomes. “A nossa cidade é privilegiada por poder oferecer este tipo de atendimento gratuito aos deficientes visuais”, finaliza Luciani Sgarbi.