De origem chinesa, o pessegueiro, cujo nome científico é Prunus Persica produz uma fruta de casca fina, aveludada e de cor alaranjada, com polpa amarelada de sabor doce e aroma delicado. Consumida in natura ou utilizada em doces, bolos, geleias, compotas e sucos, é uma fruta de fácil comercialização, não muito calórica (50 calorias em média), rica em vitaminas C e A, além de outras vitaminas do Complexo B, K e E, e composta por 90% de água.
A cultura exige vários cuidados, entre eles, formação e condução. É importante deixar as folhas protegerem as frutas de possíveis queimaduras do sol e as três principais pragas a serem combatidas são a ferrugem fúngica, a mariposa oriental que deposita o ovo no broto do pessegueiro e interrompe a brotação da planta e a mosca da fruta.
O período ideal para o plantio é entre os meses de setembro a outubro. Geralmente em raiz nua com uma haste podada, a muda requer a formação da copa que pode ser realizada através de poda ou esticando e amarrando no chão a pernada.
Segundo o produtor e associado do Sindicato Rural de Ibitinga e extensão de base em Tabatinga (SR), Robinson Forte, que cultiva pêssego há quase 10 anos, o pessegueiro necessita que seja feita de duas podas ao ano, sendo a principal após a colheita, quando é feita geralmente uma poda drástica e outra entre abril e julho, onde se começa a diferenciar os galhos produtivos, chegando próximo da folhada quando vai ser feita a clas-sificação dos ramos produtivos. Seguindo essa regra, a vida útil da árvore chega até 20 anos.
“A poda é essencial para a produção e se a pessoa não tiver o conhecimento necessário não vai saber conduzir”, explica Forte. Para ele, a cultura é rentável e não muito complicada, mais exige bastante conhecimento técnico. “No início, como aqui é uma região citrícola, não havia nenhuma outra variedade, tive que pagar durante dois anos um engenheiro agrônomo que vinha conforme a situação da planta uma vez por mês ou uma vez a cada dois meses. Era um investimento pesado com salário e viagem, mas acabamos adquirindo o conhecimento necessário e, hoje em dia, existem algumas associações na região que dão suporte aos produtores”, conta o produtor.
Outro fator essencial que interfere diretamente na produção é a irrigação. Sem ela, não é possível produzir comercialmente. Realizada através de sistema de gotejamento, ela não é constante, mas utilizada em momentos de pré-florada e produção, nos demais meses serve para manutenção em caso de tempo ou terra muito secos. O ciclo da cultura é anual e, geralmente. a partir do nono ao décimo mês já é possível realizar a colheita.
Na região, segundo o produtor, a variedade mais indicada é a Aurora 1, aclimatada por um professor e engenheiro agrônomo de Jaboticabal, em conjunto com um produtor, para ser produzida em regiões mais quentes. A produtividade, a partir do segundo ano, gira entre 5kg a 6 kg por pé, sendo crescente até se conseguir colher de 20 kg a 30 kg por pé.
Em sua propriedade, Robinson Forte possui uma área plantada de seis mil metros quadrados com 300 pés de Aurora 1 e os outros 100 pés plantados para teste. “A estimativa de produção é relativa. Faz dois anos que estou tendo certo prejuízo porque a fruta precisa de frio na florada, mas o clima estava oscilando entre frio e quente. Abrimos mão da safra em 2015 para fazer a poda e voltar ao ciclo natural da planta, desregulado em função das mudanças climáticas. Esperamos, no final de setembro e começo de outubro, ter a colheita para o ano que vem”, explica Forte, que trabalha em conjunto com o filho e participa do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Forte vende sua produção direto para o consumidor. Há muitos anos não entrega para nenhum mercado ou quitanda, pois as pessoas vão até a propriedade para comprar. “Tem uma pessoa que compra e revende em outra cidade”, comenta. Talvez, este ano ainda, com aumento da área plantada, venda para alguma rede. Segundo o produtor, a rentabilidade da cultura é satisfatória (o quilo está entre R$ 5,00 e R$ 7,00) e a produtividade maior do que algumas outras atividades, além disso, o custo de manutenção se refere basicamente à adubação, aplicação de defensivos que não são muito caros devido à forma como são aplicados e mão de obra para a poda, o raleio e a colheita.
Para o presidente do Sindicato Rural, Frauzo Sanches, este caso, assim como de outros associados que estão produzindo abacaxi, pitaya, manga, goiaba, entre outras frutas e hortaliças, são um belo exemplo da possibilidade de diversificação de culturas. “O cultivo do pêssego sempre esteve associado a regiões de clima frio. Nunca imaginamos poder produzir em uma região tão quente como a nossa. O Sindicato Rural, através de cursos, assim como de visitas técnicas, se coloca a disposição para auxiliar na busca de conhecimento dos associados interessados em novas opções de culturas e de cultivos”, pontua Frauzo Sanches.