Ibitinga registrou uma incidência média de 3.110 descargas elétricas atmosféricas por ano, cerca de 259 por mês. O número está no novo levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgado no final de setembro. Os dados revelam que é uma média de 4,5 raios por km².
Os dados também apontam uma média de 77,8 milhões de raios por ano, nos últimos seis em todo o Brasil.
Segundo informou o Elat, para 2017, a previsão é de uma incidência de raios dentro da média histórica já que a “estimativa é feita a partir das temperaturas dos oceanos Atlântico e Pacífico - Sul, Equatorial e Norte. No país, o ano de 2012 foi o de maior incidência de raios, registrando 94,3 milhões”.
O estudo mostrou que o estado com maior densidade de raios (quantidade de raios por quilômetro quadrado por ano) é o Tocantins, com 17,1 raios por quilômetro quadrado. Na sequência aparecem Amazonas (15,8), Acre (15,8), Maranhão (13,3), Pará (12,4), Rondônia (11,4), Mato Grosso (11,1), Roraima (7,9), Piauí (7,7) e São Paulo (5,2). O ranking das cinco primeiras capitais com maior densidade de raios por quilômetro quadrado por ano é: Rio Branco (30,13) Palmas (19,21), Manaus (18,93), São Luís (15,12), Belém (14,47) e São Paulo (13,26). A cidade de Ibitinga está na posição 1.952 no ranking nacional e no 385º lugar no estado com índice de 4,5 raios por km².
MORTES
Apesar de não estimar números de Ibitinga, segundo o Elat, entre 2000 e 2014, foram registradas 1.792 mortes por descargas elétricas, uma média de 120 vítimas anualmente, em todo o Brasil. A maior parte das mortes ocorre na região Sudeste (28%) e as outras quatro regiões estão empatadas com 18% cada. São Paulo é o estado com maior número de vítimas, seguido por Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.
O relatório do Inpe mostrou ainda que as atividades rurais, exercidas por pessoas que recolhiam animais ou se ocupavam de plantações com enxadas, pás e facões, representam
25% das mortes por raio no país. As fatalidades dentro de casa estão em segundo lugar e representam 17%, seguidas de situações em que a vítima estava próxima a um veículo (11%), cujas estruturas metálicas elevam a chance de receber descarga, e embaixo de árvores (8%).
PROTEÇÃO
Segundo o Elat, dos cinco tipos de raios e relâmpagos conhecidos, o mais comum é o nuvem-solo, sendo ele, também, o maior responsável pelas mortes por raios. Pensando nisso, o grupo destaca alguns cuidados que as pessoas devem ter durante as tempestades. Entre eles estão: evitar sair às ruas, refugiar-se em prédios com para-raios ou em abrigos subterrâneos como metrôs ou túneis, evitar usar telefones com fio ou ligados à tomada, ficar longe de tomadas, janelas metálicas e aparelhos ligados à rede elétrica, evitar topos de morros ou prédios e áreas descampadas como campos de futebol e evitar ficar próximo a árvores isoladas.
“Se a pessoa estiver em um local sem abrigo próximo e sentir os pelos arrepiados ou coceiras na pele, pode ser indicativo de que um raio está prestes a cair. Neste caso, deve se ajoelhar e se curvar para frente, colocando as mãos nos joelhos e a cabeça entre as pernas. Jamais deve deitar no chão”, aponta.
Foto: Ilustração / Inpe