Adriano Perpétuo do Amaral, de 34 anos, deixou o cargo de gerente de fazenda para se tornar sangrador de seringueira. No período de quatro anos, diz que já conseguiu melhorar a renda da família.
Os seringais estão entre os principais geradores de emprego no campo. A região Noroeste do Estado responde por 58% da produção nacional de borracha e há muito tempo vem atraindo mão de obra para extração do látex.
É um setor que não tem salário fechado. A safra é determinante no ganho do sangrador, porque ele trabalha em sistema de parceria com o dono da área. O problema é que a safra deste ano começou com excesso de chuva e está terminando com estiagem. Com isso, as perdas podem chegar a 20%.
A seca fez as árvores produzirem pouco. Segundo a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), em maio choveu apenas 22 milímetros. No mesmo mês do ano passado, foram 141 milímetros. O agrônomo Nilson Augusto Cardoso Troleis explica que a baixa produção está relacionada com a baixa umidade do solo e queda na umidade relativa do ar.
Na safra anterior, ele diz que cada árvore produziu, em média, oito quilos de látex. Neste ano, a expectativa é chegar a seis quilos, uma produtividade cerca de 25% menor.
Em uma fazenda no município de Monte Aprazível (SP), oito sangradores fazem a extração em 22 mil árvores. O produtor rural Vander Bassan Ruy diz que o trabalhador fica com 40% do que é produzido e o restante vai para a propriedade. O preço do látex é regulado pelo mercado externo. Apesar da alta do dólar, não se pode falar em grandes lucros.
Diogo Esperanti, diretor-executivo da Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha (Apabor), explica que o preço é formado levando em conta a cotação internacional e o câmbio. O diretor diz que a expectativa é de que a próxima safra, considerando a combinação, tenha um resultado melhor para o produtor. G1 Bauru