José Antônio Ruiz Sanches produtor rural e associado do Sindicato Rural de Ibitinga com extensão de base em Tabatinga, começou a atuar na citricultura há 48 anos. O citricultor contou que seus pais iniciaram na agricultura com plantio de café, produção de leite, em seguida de algodão, depois com milho, soja e por último passou a trabalhar com seu irmão João Batista na produção de laranjas.

  Entre altos e baixos, o produtor contou que atualmente ele possui uma produção média de 150 mil caixas de laranjas, de várias idades e em três propriedades, sendo no Sítio do São José do Bairro dos Coqueiros, no Sítio Santa Margarida e na Fazenda Nova Timbó. Atualmente o produtor investe em cinco espécies de laranjas: laranja pera, laranja valência, laranja natal, laranja hamlin e folha murcha.

   Segundo o citricultor, durante muitos anos as laranjas foram entregues para as grandes empresas, mas infelizmente pelo cartel que essas empresas praticaram ao longo desses anos foi se tornando inviável e outras alternativas tiveram que ser buscadas e no momento atua como sócio da empresa FRUCAMP. O senhor José contou que um dos maiores desafios está no trato cultural, como a pulverização, antes era realizado três vezes no ano e atualmente é realizado dez vezes no ano. “Esse ano estamos intensificando ainda mais os nossos controles culturais, querendo investir também em fruta para a mesa”, contou o produtor.

   O conselho que o produtor dá para quem deseja entrar neste segmento é o investimento. “O segredo é ter pensamento certo e firme, ou seja, escolher laranjas de qualidades e que deem retorno. Investir na laranja para mercado e para indústria”, enfatizou o senhor José.

Trabalho em família

  Frauzo Ruiz Sanches, delegado do Sindicato Rural, citricultor e vice-prefeito desse município, auxilia seu pai, o Senhor José Antônio Ruiz Sanches. Frauzo é formado em agronomia e sempre atuou neste segmento. Neste momento na carreira política busca na medida do possível contribuir no dia a dia dos trabalhos da Fazenda, pois, tem certeza que a política é passageira e a família e a propriedade rural sempre será para sempre.

   Frauzo, contou que o auge da produção de laranjas em toda região de Ibitinga foi durante os anos de 70 e 80, um período que trouxe muito lucro e receitas para Ibitinga e toda a região como: Itápolis, Borborema, Limeira, Bebedouro e entre outras cidades.

“Atualmente, são poucos citricultores que atuam no município e na região, isso não é bom, pois, acabou entrando atividades nas mãos de poucos grandes produtores e quase sempre ligados a grandes empresas de sucos. Essas empresas de sucos, também produtoras de laranjas compram seus insumos, tratores, equipamentos e produtos agrícolas fora do município e de outras grandes empresas e não gera a economia local, o que é ruim para a cidade, situação diferente de quando acontecia com os pequenos, médios e grandes proprietários que realizavam as compras neste município”, pontuou Frauzo.

   Frauzo, lamenta que devido a ação do cartel das indústrias de laranja, milhares de citricultores foram expulsos das atividades que antes distribuíam receitas para os pequenos municípios de São Paulo, com isso, acabou concentrando na mão de poucos e grandes, restando apenas alguns peque-nos e médios produtores, o que não é positivo, para a redistribuição de rendas do município de Ibitinga e região. O Sindicato Rural e a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (FAESP), vem buscando a correção desse triste cenário que aconteceu ao longo de muitos anos e procurando soluções para os prejuízos causados a esses citricultores. “A laranja é uma ótima opção para o mercado de fruta fresca, mesmo com as suas limitações técnicas de irrigação e pulverização de controle”, concluiu Frauzo.