De acordo com um estudo realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com base em dados do IBGE, o brasileiro, está consumindo mais frutas e menos hortaliças dentro de casa.
A análise do comportamento de consumo do brasileiro, entre 2002 e 2008, mostrou uma redução de 1,93 quilo por pessoa, durante este período, no consumo em casa de hortaliças como tomate, batata e cebola, enquanto o consumo, também no lar, de frutas aumentou 4,38 quilos por pessoa.
A queda no consumo de hortaliças em casa aconteceu em todas as classes e, segundo os pesquisadores, pode estar associada a sua aquisição fora de casa ou de forma processada, como a batata pré-congelada. Neste caso, a aquisição não é incluída na categoria hortaliças do estudo, que só considera o produto fresco e consumido no domicilio.
Na opinião do proprietário de varejão, Sebastião dos Santos Junior, que há 28 anos atua no segmento, o aumento do poder aquisitivo das classes mais baixas e a mudança de hábitos alimentares estão relacionados aos resultados do estudo. “As pessoas deixam de consumir hortaliças porque seu preparo ocupa tempo e porque não são opções atrativas para quem está de regime, o que não já não acontece com as frutas, práticas para quem se alimenta a cada três horas. Além disso, com salário melhor, as classes mais pobres (C,D,E) começaram a consumir mais frutas no lugar de hortaliças”, explica o empresário.
Da mesma opinião, o produtor rural João Minzoni acredita que o aumento do consumo de frutas se deu em função da praticidade desse tipo de alimento. “As pessoas, hoje, estão sempre em busca de alimentos prontos ou congelados e a fruta, além de saudável, é uma alimentação rápida”, afirma Minzoni.
Dieta pobre
Apesar do aumento no consumo de frutas, registrado pelo estudo do Cepea, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, mais de 90% dos brasileiros têm uma dieta de baixa qualidade e consomem menos frutas, legumes e verduras do que o recomendado pelo Ministério da Saúde.
A grande vilã da alimentação adequada é a falta de tempo. “Frutas e verduras são ricas em vitaminas e ajudam na regularização da função intestinal e no controle de doenças como colesterol, além de diminuir a obesidade. A dica é fazer entre 5 e 6 refeições diárias (ricas em vitaminas e nutrientes), ingerir bastante água, comer em ambientes tranquilos e, logo após uma refeição, descansar no mínimo 20 minutos para diminuição do stress”, destaca a nutricionista Denise Mochiuti Carroce.