Segundo levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de laranja do estado de São Paulo deve chegar este ano a 377,06 milhões de caixas de 40,8 kg da fruta, um aumento de cerca de 27% em relação à safra passada, que foi de 322,17 milhões de caixas.
Essa pesquisa de safra, feita pela Conab em parceria com a Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), foi baseada em dados coletados entre julho e agosto deste ano, através de questionários aplicados às unidades de produção.
O aumento, em comparação com o levantamento do mês de maio, é de 6,22% quando foram calculadas 354,98 milhões de caixas produzidas em São Paulo. Ainda segundo a pesquisa, houve uma queda na área ocupada pela laranja, que de 601,6 mil ha., apurados no último levantamento, passou para 580,57 mil hectares, uma redução explicada pela erradicação de pomares improdutivos e pela migração das pequenas propriedades para o plantio de cana-de-açúcar.
A produtividade média atual atinge 704,78 caixas/ha e 1,92 caixa/pé. Do total produzido, 86% (cerca de 324,3 milhões de caixas) vão para as indústrias processadoras de suco w 14% (52,79 milhões de caixas) para o mercado de consumo in natura.
Reclamações
O prejuízo aos produtores causado pelo atraso na descarga da laranja nas indústrias foi um dos assuntos discutidos na última reunião da Câmara Setorial de Citricultura do Ministério da Agricultura.
A preferência dada pelas indústrias ao desembarque das frutas próprias gera atraso e provoca aumento do frete e prejuízo com a despesa de mão de obra, que fica parada por causa da falta de caminhões, segundo os produtores.
A justificativa do presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (Citrus BR), Christian Lohbauer, é de que esse problema recorrente se acentuou este ano devido à colheita da segunda maior safra de laranja da história, inferior apenas à colhida em 1999. A estimativa de perdas de pós-colheita da laranja, entre o pomar até as portas das fábricas, é de cerca de 4% da produção estimada pela Conab (15 milhões de caixas). Segundo Lohbauer, o gargalo para desembarque da fruta somente será resolvido após a criação do Consecitrus, conselho formado pelos representantes das indústrias e dos produtores.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Ibitinga e Tabatinga (SRI), Frauzo Ruiz Sanches, assim que o problema foi identificado na região, o sindicato se posicionou junto à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), à Sociedade Rural Brasileira (SRB) e à Associação Brasileira dos Citricultores (Associtrus). “No momento a situação está amenizada, mas o SRI continua em constante fiscalização e qualquer problema o produtor deve entrar em contato”, afirma o presidente.