A greve nacional dos bancários, deflagrada nesta terça-feira, 27, recebeu adesão de funcionários nos 25 Estados e no Distrito Federal, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). O único estado sem greve é Roraima, que deve decidir sobre a adesão ao movimento durante assembleia na noite de hoje.
Foram fechadas 4.191 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados, contra 3.864 unidades no primeiro dia de paralisação de 2010. Segundo Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, a tendência é o índice de paralisação aumentar nos próximos dias. "Estamos abertos para a retomada das negociações, pois continuamos apostando no diálogo. Mas também estamos preparados para intensificar a mobilização e fazer a maior greve das últimas décadas para garantir avanços econômicos e sociais", afirma.
Os bancários entraram em greve após a quinta rodada de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), ocorrida na última sexta-feira, 23, em São Paulo, quando foi recusada a segunda proposta de reajuste de 8% sobre os salários. Anteriormente, os bancos haviam oferecido reajuste de 7,8%.
A Fenaban, por outro lado, considera a greve da categoria dos bancários totalmente injustificada. Na semana passada, o órgão apresentou duas propostas de reajuste de salários, pisos salariais, benefícios, além de Participação nos Lucros e Resultados.
A categoria quer reajuste de 12,8% (5% de ganho real mais a inflação do período), valorização do piso, maior participação nos lucros, mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) classificou a greve como um ato precipitado do sindicato e está orientando os bancos a buscarem os meios legais para garantir o atendimento da população. Aos clientes bancários, a entidade lembra que os canais alternativos podem ser utilizados a qualquer momento, como internet, telefone e terminais de autoatendimento.
Fonte: Estadão