O Sindicato Rural de Ibitinga com extensão de base em Tabatinga, por intermédio de seu presidente, Sérgio Quinelato juntamente com sua diretoria executiva alerta que foram encontrados casos confirmados e casos suspeitos de RAIVA BOVINA em nossa região.
A doença é responsável por diversas mortes de animais em todo o Brasil. O prejuízo é quase inevitável quando o produtor descobre a doença no seu rebanho, por isso é necessário que sejam adotadas medidas de controle da doença para evitar danos.
De acordo com Mauro José Vieira de Figueiredo Neto, veterinário do Sindicato Rural há 20 anos, a doença infecciosa é letal para os bovinos “A raiva é uma enfermidade infectocontagiosa viral caracterizada por uma sintomatologia aguda que afeta principalmente o sistema nervoso. O vírus pertence ao gênero Lyssavirus e à família Rhabdoviridae, que atinge predominantemente mamífero e sua taxa de fatalidade é próxima a 100%. Sua transmissão ocorre através da mordedura, arranhadura ou lambedura da mucosa e da pele por animais infectados, no caso dos bovinos, podem levar de 30 a 60 dias para os sintomas se manifestarem no animal”, explica Mauro.
Desse modo, há três ciclos de transmissão possíveis: urbano (principalmente cães e gatos); rural (bovinos, equinos, suínos e caprinos); e silvestre (raposas, guaxinins, primatas e principalmente morcegos). Se para humanos as principais fontes de transmissão são os animais domésticos; para os bovinos, os morcegos hematófagos infectados são as maiores preocupações.
A raiva pode apresentar duas formas: a furiosa ou a paralítica, sendo a última mais comum em bovinos. Os sinais clínicos incluem depressão, incoordenação, paresia dos membros, decúbito esternal e lateral, opistótono (postura rígida com costas arqueadas e cabeça mantida para trás), tremores musculares, dificuldade de engolir, produção excessiva de saliva, ranger de dentes, movimentos de pedalagem e morte.
Vale ressaltar que a RAIVA NÃO TEM CURA! Por isso é preciso investir em medidas preventivas como controlar a população de morcegos transmissores e realizar a aplicação da vacina anual de todo o rebanho, independentemente da idade. Todos os animais devem ser vacinados. A vacinação deve ser feita aos três ou quatro meses de idade, com reforço após 30 dias e com revacinação anual.
O diagnóstico da doença deve ser realizado por um médico veterinário e assim que comprovada a presença da doença no rebanho é obrigatório que o fazendeiro notifique os órgãos competentes, principalmente por se tratar de uma zoonose. Após, o pecuarista receberá as instruções para o descarte adequado dos animais infectados. É muito importante que os produtores e pessoas envolvidas na criação do rebanho leiteiro evitem contato com a saliva e fezes dos animais infectados, pois a doença, como já citado, trata-se de uma zoonose, ou seja, é transmissível ao homem.
Outra forma de prevenção da doença é o controle do morcego feito pelos serviços de saúde animal dos estados. Esse controle é feito pela captura, tratamento com pastas anticoagulantes e soltura. Ao voltarem às colônias, pelo contato, há eliminação de outros morcegos, além daqueles tratados diretamente.
Também existe a possibilidade de o produtor aplicar o vampiricida (substância anticoagulante) ao redor da sugadura recente em um bovino ou equino. Normalmente, o morcego volta ao local da mordida e, nesse momento, é contaminado pelo fármaco, também levando o efeito a outros animais da colônia.