O Sindicato Rural de Ibitinga com extensão de base em Tabatinga, por intermédio de seu presidente, Sérgio Quinelato juntamente com sua diretoria executiva esteve em entrevista exclusiva com o produtor José Augusto Henrique de Carvalho que apontou que a bovinocultura tem boas perspectivas para o ano de 2022 e explanou sobre sua experiência com a agropecuária.
A bovinocultura é uma atividade antiga. Há registros de que os portugueses transportaram animais para o Brasil após a sua descoberta por Pedro Álvares Cabral. Os primeiros bovinos chegaram ao nosso país, juntamente com outros animais domésticos, apenas em 1533, na Expedição de Martin Alfonso de Souza, que resultou na fundação da primeira Capitânia Portuguesa na Ilha de São Vicente. No final do século XVI havia uma grande abundância de bovinos no litoral brasileiro e em todas as Capitânias Portuguesas.
Na tradicional família Carvalho, o interesse pela criação de bovinos começou há mais de 25 anos. O produtor deu continuidade a uma paixão dos seus pais. “A minha história com a pecuária começou há muito tempo. Desde criança via meus pais lidando com gado e isso foi o marco inicial para minha curiosidade. Como cresci no meio rural acabei gostando da bovinocultura e aos poucos fui adquirindo experiência. O tempo passou e comecei a formar meu próprio rebanho. Ao longo desses 25 anos eu fiz tudo com muita dedicação e carinho pelos animais. Tanto que transferi para a minha esposa ‘Nereide de Fátima Dias de Carvalho’ e minha neta ‘Mariah’ esse amor pelo gado e elas me ajudam na lida. Acredito que consegui alavancar meu rebanho e colher bons frutos, resultado do meu empenho, profissionalismo e persistência. Posso dizer que se eu me mantive até hoje nesta área é porque mesmo depois de tantas dificuldades sinto paixão por tudo isso, pela terra, pela agropecuária. A trajetória do meu pai com o gado foi um dos pontos iniciais que me encorajou a seguir seus passos e sinto orgulho de ser um homem do campo” ressalta José Augusto.
Acompanhe a retrospectiva 2021 e perspectiva 2022 para o setor agropecuário
Fonte: Boletim CiCarne
O ano de 2021 foi marcado por uma continuidade daquilo que se presenciou no ano anterior: houve falta de animais para abastecer o mercado doméstico, por sua vez, enfraquecido em virtude da crise econômica provocada pela pandemia. A principal causa da falta de animais foi o ciclo pecuário e a escassez de chuvas nos principais polos produtores do país.
O patamar elevado de preços da arroba do boi gordo manteve-se no primeiro semestre acima dos R$ 300,00. Os problemas para os produtores se agravaram em setembro, quando a China (que importou 50% de 1,27 milhão de toneladas exportadas pelo Brasil no período de janeiro a setembro) suspendeu as importações do Brasil depois de dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina (EBB), conhecida como a doença da vaca louca. Isso teve um impacto negativo significativo nas exportações brasileiras de carne bovina, nos últimos meses, (menos 43% no volume e 31% na receita), com alguns produtores operando em níveis bem abaixo da capacidade.
No acumulado do ano, até agora, as exportações brasileiras de carnes bovinas atingiram 1,6 milhão de toneladas, uma queda de 2,4% em relação ao acumulado no mesmo período do ano passado. Em receitas, porém, houve um crescimento no mesmo período de 16% pois o produto está mais caro no mercado global.
Já para 2022, as exportações de carne bovina brasileira devem crescer, com a Ásia continuando a ser o principal mercado, embora as exportações de carne bovina ainda tenham sofrido com a suspensão das importações pela China em razão dos casos atípicos de vaca louca, até semana passada. As exportações de carne bovina dos EUA, ganhando acesso à China proporcionarão competição adicional à carne bovina brasileira. Esperamos que a produção de suínos volte a cair em muitos mercados asiáticos, incluindo a China, em 2022, pelos preços descendentes e alto custo com insumos, desestimulando assim a produção. Tal evento criará oportunidades para as exportações brasileiras.
A China deve se manter como o principal parceiro comercial da cadeia produtiva da carne bovina brasileira. Para o câmbio, as expectativas em função das incertezas globais causadas pela COVID-19 são de preços firmes, com o mercado projetando o dólar em R$5,50 ao fim de 2022 e alta volatilidade. O avanço da vacinação e a retomada das economias globais, apesar da inflação mundial projetada, mantém uma perspectiva positiva para 2022, entretanto, a inflação e o desemprego deverão pressionar o consumo de carne bovina no Brasil, que representa 75% do total da produção total.