Ibitinga, Quarta, 24 de Abril de 2024
TRAGÉDIAS

 O bom da vida é ser e viver feliz. Mas, como diz ditado antigo, a única coisa certa, nessa nossa vida, é a morte. Podem rezar, orar, sorrir, chorar, ser rico, pobre, ser papa, rei, plebeu, não importa: não vai escapar. Para tirar o seu consolo – vai morrer.

   Não posso informar, dia, hora, local, de que forma, nem seu vão sorrir ou chorar. “Quando eu morrer, não quero choro nem vela / Quero uma fita amarela gravada com o nome dela (Noel Rosa)”. Também não sei se vão colocar essa fita.

   Desde de tempos remotos da humanidade, especialmente na Bíblia, no Antigo e no Novo Testamento, sempre há relatos – aos crentes – de tragédias. Os grandes escritores, sempre relatam, ao lado dos amores não correspondidos, grandes tragédias. Sem esses fatos traumáticos parece que não se vendem revistas, jornais e nem se vê os noticiários de TV. 

   Acidentes aéreos vitimam um grande número de pessoas. Feriados prolongados ou nesse findo período de férias, muitos acidentes, causam tragédias familiares, muitas vezes por conta do excesso de velocidade, beber antes de dirigir, imprudência, além de uma frota veicular antiga e sem uma fiscalização efetiva da Polícia, tanto das cidades quanto das rodovias. Antes, volta e meia, uma blitz: “luz alta, luz baixa; seta para a esquerda; seta para direita; pisa no freio; abre o porta-malas (lanterna nele). Documentos. Desce. Acabou!! Caminhões, que sabem dos radares, andam nos 130, 140 Km, com eixo quebrado. Ultrapassam sem sinal de seta (carros também) e um policial rodoviário – se encontrar – estará com “o cone” de multa ou um radar a te pegar. Fiscalizar para que, se temos uma indústria de multas. 

  Mas duas tragédias vão para nossa história, em lamaçal de rejeitos da mineração, na Terra de Tiradentes, embora enforcado no Rio de Janeiro, seu sangue jorra é em Minas, como um castigo pelo quinto, os então elevados impostos da Coroa Real.

  O rompimento da barragem de Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do município brasileiro de Mariana, Minas Gerais, ocorreu na tarde de 5 de novembro de 2015. Rompeu-se a barragem de rejeitos controlada pela Samarco Mineração S.A., um empreendimento conjunto das maiores empresas de mineração do mundo, a brasileira Vale S.A. (que é a mesma de Brumadinho) e a anglo-australiana BHP Billiton.

   Inicialmente a mineradora Samarco informara que duas barragens haviam se rompido - a de Fundão e a de Santarém. Porém, no dia 16 de novembro, a Samarco retificou a informação, afirmando que apenas a barragem de Fundão havia se rompido. O rompimento de Fundão provocou o vazamento dos rejeitos que passaram por cima de Santarém, que, entretanto, não se rompeu. As barragens foram construídas para acomodar os rejeitos provenientes da extração do minério de ferro retirado de extensas minas na região.

   O rompimento da barragem de Fundão é considerado o desastre industrial que causou o maior impacto ambiental  da história brasileira e o maior do mundo envolvendo barragens de rejeitos, com um volume total despejado de 62 milhões de metros cúbicos. A lama chegou ao rio Doce, cuja bacia hidrográfica abrange 230 municípios dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, muitos dos quais abastecem sua população com a água do rio. 

  Ambientalistas consideraram que o efeito dos rejeitos no mar continuará por pelo menos mais cem anos, mas não houve uma avaliação detalhada de todos os danos causados pelo desastre. Segundo a prefeitura do município de Mariana, a reparação dos danos causados à infraestrutura local deverá custar cerca de cem milhões de reais. Famílias continuam à espera de soluções. Bento Rodrigues não foi reconstruída, como prometido.

   Agora, no dia 25 de janeiro, uma sexta-feira, pouco depois de meio dia, rompe a barragem de rejeitos (A Mina Córrego do Feijão), em Brumadinho, na mesma Minas Gerais, mantido pela Vale (a mesma). É o maior desastre, com vítimas, até hoje, no mundo. Isso é o mais grave: vítimas fatais. 

Em setembro de 2008, o rompimento de uma barragem em Shanxi, na China, fez pelo menos 254 mortos. Em 2015, 113 pessoas morreram em Mianmar, também depois do rompimento de uma barragem.

   Agora os mortos ultrapassam os 254 óbitos, de Shanxi. Por isso é o pior. Além das mortes, destruição de propriedades, danos ao meio ambiente, que demorará décadas para sua recomposição.

   Não aprenderam nada com MARIANA. Por quê? Qual o tipo de interesse? A Vale foi uma das primeiras privatizações, no governo FHC. Tornou-se, por isso, uma gigante multinacional. Mas quem administra a Vale, são competentes? O Governo tem maioria no Conselho e pode fazer indicações (sempre o Governo, mesmo privatizando, quer estar no meio, para que????). Ainda bem que, ao que parece, o Governo atual não vai se meter na Administração.

   É uma lástima que isso poderá continuar a acontecer. A conta tem que ser paga (não em dinheiro, só). Responsabilidade criminal (laudos, ao que parece, no mínimo duvidosos).

   Vidas não se repõem, ainda que a morte seja sempre certa. Isso é reflexo, tenham certeza, da crise política, num estado devastado pela corrupção e pela péssima gestão administrativa (incluam Aécio Neves, sim), no Estado das Minas Gerais, terra de gente valente.

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