Para preparar ainda mais os futuros professores, os cursos de licenciatura da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, e da Universidade Estadual de Paulista (Unesp), em Araraquara, aumentarão a carga horária para aulas práticas a partir de 2016. Os cursos deverão ter, no mínimo, 30% das horas na prática e estágio supervisionado.
Segundo o Conselho Estadual de Educação, responsável pela mudança nas universidades do Estado de São Paulo, é ideal que o profissional saiba repassar todo o conteúdo aprendido em sala de aula.
O professor de química João Strozzi se formou pela USP há menos de 5 anos sabendo muito da parte teórica, mas na hora de trabalhar encontrou dificuldades. “Na universidade a gente tem muita questão teórica, a prática existe, mas é muito pouca e é quando você assume a responsabilidade de uma sala de aula que é o maior desafio de um professor”, disse Strozzi.
Para que não aconteçam casos como esse, os futuros professores terão mais atividades didático-pedagógicas. “O aluno de graduação poderia dentro da escola estar desenvolvendo uma atividade mais prática, atuando junto com o professor e auxiliando esse professor entre a teoria e a prática”, relatou o professor.
No curso de Ciências Exatas da universidade, por exemplo, os estudantes realizam atividades em escolas desde os primeiros anos de graduação. “Os alunos tem a possibilidade de ter contato com a realidade escolar desde o começo, e o contato pode ser de vários tipos, como visitando escolas e entrevistando professores”, explicou a professora de Ciências Exatas, Cibelle Celestino Silva.
E para equilibrar o conhecimento, a estudante participou de um cursinho popular montado pelos próprios estudantes. “Proporcionar para as pessoas, inclusive no 1º e 2º ano, essa vivência de ser professor, para não chegar no 3º ou 4º ano, que é quando tem o estágio, o aluno virar e falar ‘não gostei’, porque isso é gastar, inclusive, o dinheiro público", disse Cibelle.
Mudança
As adequações já começaram a entrar em vigor. No campus da Unesp de Araraquara são três cursos de licenciatura e, em um deles, que antes tinha 3,2 mil horas, agora são exigidas 960 horas voltadas para atividades práticas. “Preparando mais o licenciando para atividades práticas em sala de aula, para que ele se forme no curso e tenha um conhecimento voltado para a prática de ensino”, afirmou o diretor da Faculdade de Ciências Exatas, Arnaldo Cortina.
As medidas devem começar a valer no ano que vem. Atualmente, os cursos de licenciatura têm somente 10% das aulas práticas, mas a nova exigência é de que esse índice seja alterado para 30%. G1