O Sindicato Rural de Ibitinga com extensão de base em Tabatinga, por intermédio de seu Presidente, Sérgio Quinelato, juntamente com sua Diretoria Executiva, divulga o balanço 2022 da Federação da Agricultura e pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).
Dados compilados pelo Departamento Econômico da FAESP mostraram que o agro paulista obteve os melhores resultados dos últimos três anos em termos nominais do Valor Bruto da Produção (VBP). “O Agro paulista registrou grande capacidade de crescimento, mesmo enfrentando diversas dificuldades”, afirmou o presidente da FAESP, Fábio de Salles Meirelles.
Destaques da economia agropecuária paulista
O VBP projetado para o estado de São Paulo em 2022 é de R$ 139 bilhões, ultrapassando os R$ 122 bilhões no ano passado e os R$ 94 bilhões de 2020. Trata-se de um crescimento nominal de 14% e 48%, respectivamente.
O açúcar é responsável pela maior fatia das exportações do agronegócio paulista (28,97%), movimentando US$ 5,5 bilhões por ano. Em seguida, vêm a carne bovina (15,8%, R$ 3 bilhões), a soja em grão (14,89%, R$ 2,83 bilhões) e o suco de laranja (7,82%, R$ 1,4 bilhões). As exportações do agronegócio paulista entre janeiro e outubro de 2022 atingiram US$ 21,4 bilhões, superando o apurado em 2021 e 2020. Vale lembrar que São Paulo é responsável por 15,75% das exportações brasileiras do agronegócio.
As maiores variações de preços agropecuários no acumulado entre janeiro e outubro foram apuradas na raiz de mandioca (77,3%), tomate (60,3%), banana nanica (52,4%) e café arábica (50,1%). Já no custo dos insumos, as variações mais acentuadas foram vistas nos itens MG-5 51 VC (752,4%), Massal 34 VC (266,4%), Glifosato (255,6%) e superfosfato simples (135,4%).
O estoque de empregos formais na agropecuária em outubro foi de 364.445 postos de trabalho, uma queda de 0,25% em relação aos últimos 12 meses.
Desafios de 2022
O produtor paulista enfrentou diversos obstáculos ao longo do ano. O conflito entre Rússia e Ucrânia, deflagrado em fevereiro, provocou restrições ao comércio na região, gerou sanções internacionais à economia russa e impactou os preços globais das commodities. As cadeias internacionais de suprimentos continuaram tentando normalizar seus fluxos e processos, mas muitos problemas persistiram ao longo do ano.
No Brasil, a restrita demanda doméstica deu o tom, reflexo do poder aquisitivo da população pressionado pela alta da inflação em 2021 e 2022. Da porteira para dentro, fenômenos meteorológicos, ambiente e economia impuseram dificuldades. Ocorrências de geada e seca comprometeram o desenvolvimento de diversas culturas. A isso foi somada a dificuldade de acesso ao crédito de custeio e investimento, com suspensão de linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), insuficiência de recursos para o programa de subvenção ao prêmio de seguro rural e a elevação do custo de produção em 2022, na esteira da inflação nos combustíveis e fertilizantes.
Oportunidades e ameaças para 2023
Segundo o Departamento Econômico da FAESP, já é possível antever algumas tendências que devem dominar o agronegócio ao redor do mundo. O aumento da demanda internacional, com destaque para o tema da segurança alimentar, abre as portas para os alimentos brasileiros. A segurança energética e o uso de fontes limpas também ganham importância e ajudam a projetar o etanol brasileiro. A conciliação entre agricultura e preservação ambiental é outra exigência global na qual o Brasil pode brilhar.
Há, porém, algumas ameaças no radar. A taxação do agronegócio e a questão fiscal preocupam produtores de todo o Brasil. O tema de conflitos no campo e segurança jurídica também, variando de região para região. A área técnica da Federação também compartilha o receio de que o País adote uma postura protecionista, que pode ser prejudicial para exportações de commodities agropecuárias.