Pesquisadores espanhóis sintetizaram uma molécula em laboratório que ativa de forma controlada uma resposta imunológica contra a proliferação de tumores.
A revista de referência em pesquisa "The Journal of Immunology" publica as conclusões do experimento, que demonstra a efetividade da nova molécula em ratos, informou nesta terça-feira em comunicado a Universidade Autônoma de Barcelona (UAB).
A equipe de pesquisadores é formada por cientistas desta universidade e do Conselho Superior Espanhol de Pesquisas Científicas (CSIC).
Após a administração da molécula, os pesquisadores observaram nos ratos uma redução drástica na formação de metástases nos pulmões.
Existe um tipo de glóbulo branco, os linfócitos iNKT (Natural Killer T Cells), que lutam contra as infecções e contra os tumores liberando proteínas, as citocinas, que ativam a resposta imune, destruindo as células infectadas ou malignas.
Para realizar este processo protetor, estes glóbulos devem receber um sinal de ativação, como uma espécie de interruptor de luz que a ciência tenta criar de forma artificial para poder controlar.
Os cientistas trabalham há alguns anos em um glicolípido, o alfa-galactosiceramida, que se acopla aos receptores e desencadeia a resposta imunológica, mas as provas clínicas revelaram ultimamente que é pouco efetivo porque é potente demais.
Os pesquisadores da UAB e do CSIC desenvolveram uma molécula muito similar à alfa-galactosiceramida, mas com pequenas mudanças em sua estrutura.
A nova molécula, batizada como HS44, se encaixa bem aos receptores dos linfócitos iNKT e se desassocia mais rapidamente, o que reduz sua potência e permite que se ative de forma mais eficiente e controlada a resposta imunológica.
Nos testes com ratos, a HS44 inibiu a metástases em pulmões, resultados que abrem as portas a novas aplicações terapêuticas no futuro. EFE