Os recentes reajustes salariais dos vereadores tem deixado a população de algumas cidades do Centro-Oeste Paulista indignada. Em Agudos, por exemplo, os vereadores da próxima legislatura passarão a receber de R$ 3,7 mil por mês para R$ 6 mil, um aumento de 65% aprovado pelos parlamentares. Os reajustes não estão alinhados com a inflação, em torno de 7%, mas sim, com o salário dos deputados, que é de R$ 20 mil mensais. Em alguns casos, os vereadores recebem mais que os de médicos que atendem em Postos de Saúde.

As últimas sessões das Câmaras em algumas cidades têm servido para beneficiar a própria casa. Em Ourinhos, o aumento foi de 46,7%, passando de R$ 4.566 para R$ 6,7 mil. Em Bauru os vereadores tiveram o último aumento, de 54% em 2007. Deste então vem tendo os salários reajustados apenas de acordo com a inflação.

Já em Ibitinga, os vereadores aprovaram um aumento de mais de 100%. O salário que atualmente é de R$ 2.868 passará a R$ 6.709 e, do vice-prefeito, mais que dobrou, saindo dos R$ 3.780 para R$ 8.950. O do prefeito vai de R$ 12 mil para R$ 17,8.

Esses aumentos salariais de prefeitos, vices e vereadores, que em alguns casos passam dos 100%, começam a valer a partir de 2013. Os vereadores que votaram não vão recebê-lo, a não ser que se reelejam. De qualquer forma, os valores deixam a população revoltada. O motivo é a autonomia de aumentar o salário da própria função enquanto outras categorias não recebem em 10 anos esses reajustes. Uma comparação pode ser feita com os salários dos médicos em alguns municípios.

Por 20 horas semanais, nos Postos de Saúde de Bauru, o profissional recebe R$ 3.660. Em Ibitinga, de R$ 1.8 mil a R$ 3 mil. Em Agudos são R$ 2.950. Mas para os médicos, que às vezes precisam entrar em greve para receber aumentos, a conta feita para elevar os salários dos vereadores é difícil de entender. De acordo com a lei, o aumento praticado pelos vereadores é legal, mas não protege a imagem de quem aprova essas leis.

Fonte: G1