O cérebro por trás do Pink Floyd começa hoje sua turnê pelo país. Roger Waters, ex-líder e principal compositor da banda inglesa, se apresenta em Porto Alegre neste domingo. Os demais shows de "The Wall - Live", que traz músicas do álbum homônimo, de 1979, vão ser no Rio de Janeiro (29 de março, no Engenhão) e no Morumbi (em 1º e 3 de abril).
Os fãs de Ribeirão estão ansiosos para ver o ídolo mais uma vez em território brazuca. Roger se apresentou pela última vez no país em 2007, com a turnê do disco "Dark Side of The Moon", clássico absoluto de sua ex-banda.
Apaixonado por Pink Floyd desde os anos 1970, o representante comercial José Luiz Franzon, de 54 anos, chegou a assistir o concerto de 2007 e também não vai perder o show do dia 1º.
"Tenho vários discos deles em vinil. Apesar de gostar de quase tudo, acho o ‘The Wall’, o melhor", afirma José Luiz.
O representante comercial diz conhecer todas as fases da banda, desde o primeiro disco, lançado em 1967. Naquela época, a banda contava ainda com o guitarrista e vocalista Syd Barret, que deixou o grupo logo depois.
"Barrett foi o precursor, criou a banda, mas logo caiu no mundo das drogas e teve que ser substituído", comenta.
David Gilmour assumiu o posto de Syd no grupo já no ano seguinte: 1968.
Pai e filha
José Luiz vai assistir a apresentação com a filha mais velha, Anna Laura, de 21 anos, que sempre está ao lado do pai nos shows de rock.
"Acho bacana ela me acompanhar e gostar desse tipo de música. Acho que foi influência minha mesmo, porque ela desde pequena foi pegando gosto", conta.
Fã de rock progressivo, ele diz que as músicas da banda inglesa são "obras de arte" que seguem um determinado tema. Não por acaso, o grupo vivia lançando os chamados "álbuns conceituais" com músicas longas que formavam espécies de suítes roqueiras.
"Não adianta ouvir um disco só da banda. Tem que ouvir tudo, do começo ao fim. Quando coloco um CD deles no carro e pego estrada fico louco ao ouvir todas aquelas mudanças, aquelas camadas de som", argumenta.
O biomédico Daniel Fontana, de 40 anos, concorda. Para ele, ouvir Pink Floyd é como viajar sem sair do lugar e sem tomar qualquer tipo de aditivo.
"Gosto do som deles desde moleque, mas não tem uma explicação. Só ouvindo aquele som, aquela paz", comenta Daniel, que também vai ao show do dia 1º.
O curioso é que Roger Waters nem é seu integrante preferido da banda.
"Particularmente, prefiro ouvir o David Gilmour cantando, mas não é por isso que vou perder esse show", admite.
Caixa
Apesar de preferir ‘Pulse’, álbum duplo lançado em 1995, Daniel tem vários CDs da banda. Ele ganhou uma caixa com várias obras reeditadas do Pink Floyd que o irmão trouxe de Nova York.
"É uma edição de luxo que tem até o primeiro CD", ressalta.
O biomédico vai para o Morumbi no dia 1º ao lado da ex-mulher Isabela Fontana, que não esconde sua paixão pelo grupo. Isabela conta que lembra até hoje do primeiro disco que ganhou da banda: "Medley", de 1971.
"Um tio meu me deu três discos de rock: "Medley", do Pink Floyd, "Burn", do Deep Purple e "Led Zeppelin 3". Logo virei fã da banda", conta a professora de Educação Física. Isabela diz que "The Wall" não é exatamente o seu álbum preferido da banda, optando por obras como "Dark Side of The Moon".
"Não sei exatamente se um é melhor que o outro. São discos diferentes", afirma.
Fonte: A Cidade