Brasil e Estados Unidos selaram um acordo que promete beneficiar produtores de cachaça. Atendendo a uma reivindicação antiga do setor, a bebida foi reconhecida como um produto exclusivamente brasileiro.
Antes do acordo com o governo americano, os produtores eram obrigados a classificá-la como "rum brasileiro". A partir de agora, os rótulos terão a palavra “cachaça”. E esse nome não poderá ser usado por empresas de outros países.
Uma destilaria em Ribeirão Bonito produz 50 mil litros de cachaça por ano. A Inglaterra importa 20% da produção e, há seis meses, o empresário Luiz Vanalli também tenta entrar no mercado americano. Com o acordo, ele ficou otimista. “Pretendo aumentar 20% da produção, podendo ampliar caso tenha uma venda maior nos anos subsequentes”, destaca.
Em 2011, quase dez mil toneladas de cachaça foram exportadas. Pouco mais de 10% foram vendidos para os Estados Unidos, que já são o segundo maior importador da bebida, perdendo apenas para a Alemanha.
Para o coordenador do Centro de Pesquisa da Cachaça da Unesp de Araraquara, João Bosco Faria, o acordo vai consolidar a bebida no mercado mundial. “Eu vejo esse reconhecimento público como algo muito positivo para a indústria brasileira. Sem dúvida, vai ter reflexo nas exportações”, observa.
De olho na exportação, o produtor João Paulo Marques da Silva resolveu investir R$ 70 mil para adequar a destilaria às exigências do Ministério da Agricultura. Ele acredita que será mais fácil conquistar os clientes estrangeiros. “Tem que ser divulgado e conhecido. É uma ótima chance para os norte-americanos conhecerem nosso produto”, analisa.
G1