A partir de amanhã, o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, será tomado por dona Flor, Gabriela, Quincas, Pedro Bala e companhia.
Em parceria com a Fundação Casa de Jorge Amado, o museu inaugura exposição em homenagem ao centenário do escritor, nascido em 10 de agosto de 1912 e morto em 6 de agosto de 2001.
"Jorge Amado e Universal" fica em cartaz em São Paulo até 22 de julho e depois segue para o Museu de Arte Moderna da Bahia. Mais oito capitais (entre elas Recife, Rio e Brasília) e cidades do exterior (como Buenos Aires) também podem receber a mostra.
"Ele é um escritor superlativo. Foi muito lido e traduzido. A intenção foi contemplar os aspectos que marcam a obra e a vida dele", conta Ana Helena Curti, coordenadora-geral de conteúdo da mostra.
Para isso, o público terá acesso a fotografias, manuscritos, filmes, jornais históricos, charges, documentos, ilustrações, correspondências e objetos de uso pessoal do escritor espalhados por diferentes módulos do museu.
O projeto cenográfico é assinado pela dupla Daniela Thomas e Felipe Tassara.
O primeiro módulo da exposição reúne informações sobre alguns dos principais personagens do universo amadiano. Contudo, a organização evitou utilizar as imagens das diversas adaptações das obras do autor para teatro, cinema ou TV.
"Achamos que seria desnecessário. O imaginário já faz parte do público. Queremos é somar", diz a coordenadora. Como exemplo, explica que "os mais velhos têm a Sonia Braga na cabeça; os mais novos terão agora Juliana Paes. Nós queremos, então, somar a Gabriela desenhada por Di Cavalcanti".
Os temas comumente associados a Jorge (a sensualidade, a cultura negra, o cenário baiano) estarão presentes, é claro, mas outros, às vezes pouco citados, também serão representados.
Nessa tentativa de surpreender os visitantes com uma imagem mais rica e complexa, a mostra dará destaque à trajetória política de autor.
Um dos módulos do museu trará o cartaz da campanha de Amado para deputado federal de São Paulo pelo Partido Comunista Brasileiro (1945), trechos de jornais sobre sua atuação parlamentar e fotos de viagens por países comunistas.
Folha de São Paulo