Pesquisadores americanos reafirmaram que crianças nascidas por cesárea têm mais possibilidades de sofrer de obesidade.
O dado é de uma pesquisa realizada por especialistas do Hospital da Infância de Boston (EUA), publicada nesta quinta-feira (24) na revista "Archives of Disease in Childhood".
O estudo retoma uma discussão sobre a relação entre partos por cesárea e sobrepeso infantil. Ele desaconselha este tipo de intervenção senão por razões estritamente clínicas, indica a publicação que pertence ao grupo "British Medical Journal".
Os cientistas analisaram 1.255 crianças nascidas no hospital de Boston entre 1999 e 2002, sendo 284 delas por cesárea, desde as 22 semanas de gestação até os três anos de idade.
Enquanto só 7,5% dos bebês nascidos de maneira natural sofriam obesidade aos três anos, esta percentagem chegava a 15,7% nos casos em que houve intervenção cirúrgica no parto.
Os autores do estudo atribuem esta relação às diferenças na composição da flora intestinal entre os nascidos por parto natural ou por cesárea.
No último grupo, os pesquisadores encontraram uma maior incidência de bactérias firmicutes que, segundo outros estudos, estão presentes nos intestinos de pessoas obesas e são um dos fatores que motivam a doença.
Além disso, foi apontado que os partos por cesárea são mais frequentes entre as mães obesas, o que também poderia favorecer o sobrepeso de seus filhos.
Os autores da pesquisa também analisaram outros fatores que poderiam influir na obesidade infantil como a duração do período de lactação ou o tempo de exposição à televisão, mas nenhum deles apresentou diferenças significativas.
Por fim, os pesquisadores destacaram a importância de evitar os partos por cesárea sem indicações médicas.
"As mulheres grávidas que escolhem um parto cirúrgico quando não haja motivos clínicos para fazê-lo deveriam saber que seus filhos serão mais propensos a ser obesos", alertaram.
DA EFE