Ibitinga, Domingo, 24 de Novembro de 2024
Bordadeiras movem a economia de Ibitinga
Trabalho manual de bordar produz peças únicas

A profissão de bordadeira está em extinção na maioria dos municípios brasileiros. Máquinas modernas, computadorizadas, fazem o trabalho mais rápido e com precisão, dispensando o trabalho de mãos delicadas que, levando a linha de um lado para outro, criavam desenhos e figuras diferenciadas. Mas, em Ibitinga, a “Capital Nacional do Bordado”, elas continuam em alta. O trabalho manual é ainda um diferencial para os enxovais. Não é à toa que a profissão de bordadeiras está em ascensão na cidade. O bordado é a base da economia local e é ele que move o turismo de negócios na estância. Enxovais de diversos  tipos, para cama, mesa, banho e infantil, são os produtos dessa locomotiva chamada bordado.

Embora as máquinas computadorizadas agilizem o trabalho, a arte de entrelaçar linhas ainda é uma prerrogativa das bordadeiras. “O bordado delicado e glamouroso é mais valorizado”, explica a engenheira de produção da Biramar Baby, Tahuana Ramalho.

“O bordado manual é mais delicado do que o computadorizado. Quando a coleção de enxovais de bebê conta com esse diferencial é mais valorizado. A máquina não borda sobre nervuras, um recurso muito usado em roupas infantis. O bordado sobre as nervuras faz com que a peça tenha um diferencial”, completa a Tahuana.

Segundo ela, os bordados manuais são bastante usados em enxovais de bebê, sobre tecidos finos de toque macio.

“As mães adoram enxovais delicados, com muito bordado. As máquinas complementam o trabalho. A tecnologia chegou para tornar o bordado mais rápido. Aqui, mantenho bordadeiras que, além de bordar, também costuram.”

A engenheira ressalta que há seis anos havia muito mais profissionais bordando na fábrica. “Nós não tínhamos máquina computadorizada. Nessa época, observamos a falta de mão de obra, faltava bordadeira e esse foi um dos motivos da aquisição das máquinas, mas ainda mantenho as bordadeiras.”

Silmara Gonçalves de Araújo Pereira, 38 anos, é uma delas. Borda desde os 15 anos. Aprendeu a profissão com a mãe e uma tia que também figuram na mesma profissão. “Aprendi na máquina manual, era o bordado artesanal. Minha mãe trabalhava na máquina de pedal, não era a computadorizada.”

Há 23 anos na profissão, Silmara diz para o Jornal de Ibitinga, que gosta do que faz. “Gosto de bordar. Não nasci em Ibitinga, mas vim morar aqui com um ano de idade. Bordar é um trabalho de concentração e serve como terapia. Quando estou bordando, me concentro naquilo que estou fazendo e esqueço tudo o que poderia influenciar meu pensamento.”

As cores das linhas exigem atenção máxima, frisa a bordadeira. “O trabalho manual requer muita atenção, porque cada bordado exige linha de uma cor. São muitas linhas de cores diferenciadas, o que o torna delicado, glamouroso.”

A bordadeira lembra que, além de bordar para uma empresa de enxovais, já chegou a fazer trabalho em pedraria. “Bordei algumas calças jeans. Tenho dois filhos homens, talvez se tivesse filha mulher usasse mais o meu talento em casa. Meu salário completa o orçamento doméstico¨, comenta. 

Jc Net

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