Em busca de recursos de um fundo estadual que prevê repasses de R$ 285 milhões neste ano, um terço dos 645 municípios do Estado de São Paulo tenta ser elevado à categoria de estâncias de turismo, classificação que hoje é dada a 67 cidades paulistas.
No grupo dos que já ostentam o título, há a "Capital do Lobisomem", Joanópolis, a 115 km da capital. Uma de suas atrações é a caça ao lobisomem, que recebe cerca de 50 pessoas por noite de lua cheia. Só para este ano, o governo tem reservados R$ 2,2 milhões para a cidade.
Os recursos, no entanto, não podem ser destinados às atrações. Essas cidades têm direito a convênios especiais com o governo para investimentos apenas em obras de infraestrutura, que variam de R$ 2 milhões a R$ 30 milhões por município anualmente.
De olho nos recursos, 198 cidades --parte delas sem ter sequer secretaria de turismo-- tentam obter o título.
Como não há critérios claros para definir o que é uma estância, nem todos os projetos indicam qual é a vocação turística da postulante. Um deles, sobre Carapicuíba, cita como justificativa o verbete da cidade na Wikipedia.
A vontade do governo, no entanto, é bloquear a inclusão de novas cidades na lista, já que o fundo é composto por recursos do Estado, que repassa o correspondente a 10% da arrecadação de todas as estâncias. Desde que a última foi criada, em 2003, outros 437 projetos surgiram na Assembleia. Em 2011, a enxurrada de pedidos representou 10% de todos os projetos de lei propostos na Casa.
Folha de São Paulo