Quando estreou o quarto filme da franquia em 2007 ("Duro de Matar 4.0"), não foram poucas as vozes a louvar o ator Bruce Willis pelo retorno do personagem que o fez ser um astro, 12 anos antes. Destemperado e irônico, o policial John McClane estava, sim, um tanto envelhecido como o próprio ator (então com 52 anos), mas nem por isso menos cáustico ou diligente na hora de mandar tudo e todos pelos ares.
Bem recebido pelo público (arrecadou 383 milhões de dólares em bilheteria), o filme fez sucesso porque, se de um lado diverte pela personalidade de McClane (emprestada pelo próprio ator), entretém pela qualidade e engenhosidade dos efeitos especiais e cenas de ação. Atirar uma viatura policial para explodir um helicóptero é apenas um dos delírios do roteiro.
Nesse sentido, a estreia do quinto filme da franquia, "Duro De Matar - Um Bom Dia para Morrer", que chega às telas pela primeira vez também em versão IMAX, não traz muita novidade. A não ser, é claro, pela idade, esta incansável inimiga do condicionamento físico, ao tornar o policial mais ranzinza do que extrovertido.
Desta vez, McClane vai procurar seu filho Jack McClane (Jai Courtney, da série de TV "Spartacus - Sangue e Areia"), que está preso na Rússia, acusado de matar um homem a mando de um bilionário de lá, Komarov (Sebastian Koch, de "A Vida dos Outros"), que também está atrás das grades.
O homicídio é um tanto nebuloso, pois envolve um político corrupto, Chagarin (Sergei Kolesnikov, de "Almas à Venda"), que, por sua vez, quer dar um fim em Komarov.
Quando um atentado ocorre durante o julgamento do bilionário, Jack o salva, revelando-se um espião americano de olho nas possíveis provas que ele tem contra Chagarin. Faltou avisar seu pai, John, que atrapalha o resgate e depois deve ajudar o filho em sua missão, que envolve até material radioativo de Chernobyl (Ucrânia).
Com boas, embora previsíveis para os mais atentos, reviravoltas na trama, o filme é mais do mesmo, o que não é necessariamente algo ruim. Mantém a qualidade da franquia, com excelente produção, embora se enrole um pouco com a história em si, a mais fraca da série.
Não deixa de ser curiosa a sensação de auto-homenagem passada pelo filme nos diálogos.
John McClane não está ali para fazer amigos, ter questionamentos morais ou fazer justiça. Como o próprio filho diz a ele: "Matar os caras maus, esse é o seu trabalho". E John o faz, mostrando que domina seu ofício, ainda melhor que a nova geração, e sai consagrado como herói, tal como há 25 anos.
Reuters