O problema não é novo. De longa data as estradas vicinais do município, principalmente os trechos mais próximos da área urbana, são utilizados pela população como ‘lixão’, em grande parte para o descarte de mobiliário e restos da construção civil.
Além de prejudicar o acesso pelos motoristas, o lixo pode acarretar problemas de saúde para os moradores e trabalhadores da área rural. No período de chuvas, principalmente, o lixo pode se tornar criadouro do mosquito da Dengue e aumentar os riscos de alagamento, já que obstrui a drenagem de água.
A base operacional da Polícia Ambiental de Ibitinga fiscaliza quatro municípios (Ibitinga, Itápolis, Tabatinga e Borborema), o que representa uma área de 2.600 quilômetros. “Por ser uma área bastante extensa, fica difícil fiscalizar todos os lugares a todo o momento”, explica o primeiro sargento, Orlando Russo de Souza Reato.
Dependendo do lixo, as consequências para o Meio Ambiente podem ser sérias, por isso, a orientação da Polícia Ambiental é que a população ajude na identificação dos infratores. “Entulho como tijolo e areia não prejudica tanto, mas há materiais que podem causar diversos danos à natureza, por serem produtos contaminados. Se um proprietário observar alguém depositando entulho ou lixo doméstico na zona rural deve anotar imediatamente a placa, e as características do veículo e da pessoa, e ligar para nós. Se tivermos viatura disponível mandamos imediatamente para que o indivíduo recolha e leve o lixo a um local adequado. Em se tratando de lixo prejudicial ao meio ambiente a Cetesb pode ser acionada para expedir laudo técnico e fazer autuação”, afirma Reato.
A denúncia, mesmo se tratando de pequenas proporções de lixo, é a melhor forma de coibir o descarte indevido na área rural. No caso dos descartes já feitos, as Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente ou de Serviços podem ser acionadas para a retirada do material do local.
De acordo com o Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Francisco Grillo Junior, os problemas são muito pontuais e eventuais. “Identificamos esporadicamente alguns pontos em estradas municipais, sempre próximos à malha urbana, onde pessoas desconhecidas acabam descartando pequenas quantidades entulho (resíduos de construção civil). Outros materiais como móveis, pneus, etc., também eventualmente são jogados em estradas, mas sem conotação de habitualidade”, afirma.
A viabilização de Eco-ponto para coleta e correta destinação de pneus usados (maior problema identificado de descarte em estradas rurais em anos anteriores) e a coleta regular de resíduos orgânicos em pontos estratégicos da área rural, em especial nos loteamentos às margens dos rios (ranchos), além da realização, pela Secretaria de Serviços, de arrastões de limpeza periódicos nas vilas, recolhendo todo tipo de inservíveis e dando-lhes a correta destinação, são medidas de contenção que tem contribuído para a diminuição do problema, na opinião do secretário.
No Sindicato Rural de Ibitinga e Tabatinga (SRI), as dificuldades com o lixo depositado nas vicinais, estão na lista dos problemas enfrentados por muitos associados. “Trata-se de um problema recorrente. Constantemente somos interpelados pelos produtores sobre a questão do lixo nas estradas rurais. Entendemos que a solução demande uma mudança comportamental, mas essa conscientização passa, necessariamente, pela Educação Ambiental, pelo suporte administrativo e pela Fiscalização. Sem isso, o problema deve persistir”, avalia o gerente administrativo do SRI, Paulo Cardoso.
A Polícia Ambiental possui um programa de Educação Ambiental que não está ativo em Ibitinga por falta de efetivo. “Com efetivo suficiente é claro que teríamos um policial destinado unicamente a promover Educação Ambiental nas escolas, como era feito antigamente. Mas a pedido da diretoria das escolas, por meio de ofício, podemos providenciar palestras educativas”, afirma Reato.
Disk Denúncia
Polícia Ambiental
(16) 3342-4221