Gilberto Gil, Diogo Nogueira e Baby do Brasil são alguns dos artistas confirmados no palco principal da 13ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, que este ano ocorre de 6 a 16 de junho. Só falta definir agora onde vão ser realizados os shows. Nesta terça-feira (2), durante encontro com diretores das escolas estaduais de Ribeirão e região, Isabel de Farias, presidente da Fundação Feira do Livro, disse que o impasse deve ser resolvido nos próximos dias.

A Fundação havia anunciado que este ano, em vez da Esplanada do Pedro II, os shows seriam realizados nos Estúdios Kaiser de Cinema, mas isso mudou após reunião com o Corpo de Bombeiros. “Os bombeiros nos disseram que no Kaiser a capacidade máxima seria de 3 a 4 mil pessoas. Para um show como o do Gilberto Gil é muito pouca gente”, diz Isabel, que ainda está em busca do novo espaço. Uma das opções seria o Parque Maurílio Biagi, onde também vão ser instalados estandes de editoras e livreiros, mas a presidente preferiu não divulgar nada por enquanto.

Os shows vão deixar a Esplanada para evitar os tumultos que envolveram adolescentes e policiais militares na edição de 2012. Além disso, as apresentações de artistas de renome nacional foram reduzidas para apenas dois finais de semana durante a feira - as sextas e sábados.

As alterações foram definidas com base em pesquisa realizada junto ao público e conversas com escritores, professores, Polícia Militar e moradores do Centro da cidade. “Mas que fique bem claro que não estamos diminuindo e sim ampliando a feira, distribuindo a as atividades para vários locais”, diz Isabel.

Orçamento

O orçamento da feira para este ano será de R$ 3,4 milhões, cerca de R$ 500 mil a mais do que no ano passado. “Por ser realizada em três locais diferentes, vamos ter que investir mais em infraestrutura”, comenta, referindo-se ao Parque Maurílio Biagi, à Praça XV e aos Estúdios Kaiser de Cinema.

Para arrecadar essa verba, além do dinheiro de patrocinadores, a Fundação conta com as emendas parlamentares de três deputados - Baleia Rossi (PMDB), Welson Gasparini (PSDB) e Duarte Nogueira (PSDB) -, que garantem R$ 750 mil ao evento.

Além disso, foi anunciado nesta terça o aumento no valor do cheque-livro para os alunos da rede estadual de ensino - de R$ 18 para R$ 20 - um investimento de R$ 3 milhões do governo estadual. Na rede municipal, vão ser R$ 500 mil para o cheque-livrinho e R$ 600 mil para o cartão-livro direcionado aos professores.

O número de estandes de editoras e livreiros também vai aumentar, de 70 em 2012, para 120. Nada mal, se levado em conta que no ano passado a Fundação enfrentou um período difícil, com demissão de funcionários. No auge da crise, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) condenou a entidade a devolver R$ 250 mil liberados pelo Ministério da Cultura, por indicação do então deputado federal Antônio Palocci (PT), para a feira de 2009.

Otimista, Isabel diz que o pior já passou. “O desafio este ano vai ser envolver mais a comunidade e os educadores, para que as pessoas saibam onde cada atividade vai ser realizada. Existe o risco de uma sensação de esvaziamento, mas acredito que [no modelo atual] ficou mais fácil fazer a feira”, diz.

Evento vai homenagear jornalista João Garcia

Na reunião desta terça, junto a representantes da rede estadual de ensino de Ribeirão e região, a Fundação Feira do Livro anunciou também os nomes dos escritores que vão estar presentes na edição deste ano. Entre os destaques, Danuza Leão, Affonso Romano de Sant’Anna, Ruy Castro, Ricardo Kotscho, Gilberto Dimenstein, Frei Betto, Ariano Suassuna, Rubem Alves, Rubens Edwald Filho e muito mais.

Entre os 60 salões de ideias, a feira também vai homenagear o jornalista e escritor João Garcia Duarte Neto, diretor editorial do Jornal A Cidade, que faleceu em agosto do ano passado.

A mesa, que vai ser mediada por Rosana Zaidan, chefe de redação de A Cidade, vai ser formada por amigos de João Garcia, entre eles o jornalista José Hamilton Ribeiro e o deputado federal Chico Alencar.

A Cidade