A grande procura pelo etanol nas usinas tem atrasado a distribuição nos postos de combustíveis de Ribeirão (SP) e região. Segundo o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), Adolfo Silvério de Oliveira Neto, o estoque baixo do combustível na indústria tem gerado um atraso de três a cinco dias na entrega nos postos.
"Antes se fazia o pedido em um dia e no dia seguinte o combustível era entregue. As usinas já apresentaram um preço mais alto para os distribuidores e esse preço deve refletir nas bombas nos próximos dias", afirma. Segundo levantamento semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), o preço praticado pelas usinas teve aumento de R$ 0,07 na última sexta-feira (12). O litro do etanol, antes vendido a R$ 1,21, saltou para R$ 1,28.
De acordo com Oliveira Neto, o litro de combustível chega aos postos bandeirados a R$ 1,76 - no caso dos postos com bandeira independente, o valor cobrado pelas distribuidoras é de R$ 1,66. "É um aumento de R$ 0,10 a R$ 0,12 por litro, que será repassado para as bombas provavelmente dentro de uma semana", diz. A realidade não deve se restringir à região de Ribeirão. Segundo Oliveira Neto, o cenário é semelhante em praticamente todo o Estado de São Paulo.
Demanda x estoque
O aumento, segundo o diretor do sindicato, deve-se principalmente às dificuldades do setor sucroalcooleiro - com fechamento de mais de 40 usinas - e ao estoque insuficiente do combustível para atender a demanda. "As condições climáticas atrasaram o início da safra da cana-de-açúcar, o que compromete a produção. Além disso, quando houve aumento da gasolina houve uma procura maior pelo etanol. Isso fez com que a demanda aumentasse e proporcionasse a falta do combustível", diz.