Cerca de 48 toneladas de tilápias que estavam em criatórios em tanques-rede apareceram mortas nos últimos dias em propriedade rural às margens do rio Araquá, afluente da represa de Barra Bonita, no município de São Manuel (69 quilômetros de Bauru). Técnicos da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) estiveram ontem de manhã recolhendo amostras da água para verificar o que causou a mortandade de peixes e voltarão ao local hoje de manhã para repetir os testes.
Os peixes mortos ainda boiavam no rio até ontem. A falta de oxigênio na água decorrente da redução da vazão do rio por causa da estiagem é apontada para uma das causas, porém em análise feita na água em um laboratório de Botucatu, encomendado pelo proprietário do Rancho Pedro Carolina, não constatou falta de oxigenação que pudesse provocar a mortandade das tilápias. Também a fábrica de ração foi acionada para emitir um laudo e não constatou contaminação no alimento dado aos peixes.
O calor pode ter elevado a temperatura da água contribuindo para a mortandade. Na margem esquerda do rio, em frente aos tanques com os peixes, não foi registrada morte de outras espécimes, segundo Leandro Bortolato. “Há três semanas desceu o rio uma mancha preta e matou 200 peixes. A gente imaginou que fosse alguma impureza da água. Daí para frente começou a ter mortandade de peixes”, declarou. Em outro ponto do rio, próximo a uma ponte, também houve morte de peixes.
A assessoria de imprensa da Cetesb confirmou que técnicos da Agência Ambiental de Botucatu estiveram no Rancho Pedro Carolina e constataram a presença de peixes mortos, em quantidade significativa, em tanques-rede, no braço do córrego Araquá.
“Os peixes, predominantemente tilápias, e também espécimes de camarões, se apresentavam em estado avançado de putrefação, em meio a aguapés, e teriam morrido no domingo. No dia de hoje (ontem), não foram observadas novas mortandades”, informa a companhia ambiental. Em avaliação prévia, os técnicos fizeram uma análise do pH (acidez) da água e não verificou anormalidade. O proprietário do rancho pretendia procurar a Prefeitura para providenciar a retirada dos peixes mortos.
JCnet