O cancro cítrico é uma das mais graves doenças da citricultura e que pesa no bolso do produtor, já que é combatida exclusivamente pela erradicação da planta. Por ser uma das maiores produtoras de laranja do País, Araraquara terá, na próxima semana, curso sobre o cancro e nova lei de controle da doença.
No final do ano passado, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo mudou a Lei de Controle do Cancro Cítrico. O produtor passa a ter obrigatoriedade de inspecionar o pomar cada 90 dias, eliminar a planta, e comunicar ao Estado.
Diante da novidade e da pouca prática do citricultor com a doença, o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) elaborou o curso de controle estratégico de cancro cítrico. O evento será na terça-feira, das 9h às 16h30, na sede da instituição.
“Este curso procura passar ao citricultor todo o conhecimento sobre a doença, como ela entra na propriedade, quais os sintomas, como combatê-la para que ele tenha segurança para cuidar do seu pomar”, afirma o engenheiro agrônomo Ivaldo Sala, coordenador da área de Transferência de Tecnologia do Fundecitrus e responsável pela região de Araraquara.
Aumento
O cancro cítrico tem registrado aumento constante nos últimos anos. De 2009 a 2012, segundo levantamento do Fundecitrus, a doença aumentou 893% e saltou de 0,14% dos talhões (blocos de plantas) para 1,39%. Baseado neste crescimento, a estimativa é que este ano o cancro cítrico atinja 4,1% dos talhões.
Outra preocupação é que a doença, que era restrita ao Noroeste e ao Oeste do Estado, atualmente está em quase todas as regiões paulistas produtoras de cítrus. Durante o primeiro semestre de 2014, foram apresentados à Coordenadoria de Defesa Agropecuária de São Paulo 12.592 relatórios de greening e cancro cítrico.
Segundo a CitruBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), nos primeiros seis meses do ano, São Paulo erradicou 60,5 mil plantas com sintomas do cancro.
Livro
O Fundecitrus lançou em junho o livro “Cancro Cítrico: a doença e seu controle”. É o primeiro no País a abordar o tema e serve para auxiliar citricultores e pesquisadores no conhecimento e controle da doença.
A publicação está disponível gratuitamente aos profissionais que atuam na citricultura. O conteúdo reúne experiências dos autores — Franklin Behlau e José Belasque Júnior — e dos 37 anos do Fundecitrus. Aborda a importância econômica da doença, o seu histórico em São Paulo, as formas de contaminação, ciclo de desenvolvimento entre outros temas que envolvem o assunto.
Tribuna Impressa