18/02/2010 - Durante o carnaval de São Paulo, as escolas de samba que disputaram o Grupo Especial não levaram para a avenida nenhuma homenagem a Adoniram Barbosa, considerado o maior poeta da história do samba paulista e que faria 100 anos em agosto deste ano.
Um fato curioso, que agrava o esquecimento do centenário de Adoniran por parte das escolas de samba paulistas, é que o Sambódromo onde é realizado o desfile tem o nome de Passarela Adoniran Barbosa. A pista recebeu o nome em homenagem ao sambista.
O compositor de clássicos como Trem das Onze, Tiro ao Álvaro e Samba do Ernesto não foi tema/enredo das escolas de samba paulistas, mas foi homenageado por algumas emissoras de televisão, que exibiram documentários e matérias relembrando o músico.
Adoniran teve como maior momento da carreira o carnaval em 1965, quando Trem das Onze venceu a disputa das escolas de samba no Rio de Janeiro. Aquele ano era uma ocasião especial: o Carnaval do quarto centenário da cidade do Rio.
A falta de homenagens aos 100 anos do sambista ficou somente entre as escolas de samba, já que será feito este ano em dedicação a ele um site oficial, um CD com regravações feitas por artistas do calibre de Zélia Duncan, Arnaldo Antunes, Beth Carvalho e Wanderléa, um almanaque e uma minissérie a ser veiculada na TV Globo.
Além disso, haverá também neste ano o relançamento de sua biografia oficial, lançada em 2004, que voltará às livrarias em versão ampliada. No livro, foi acrescentada a reprodução dos scripts do programa História da Maloca, um show estilo comédia, em que Adoniran fazia o papel do Charutinho. O programa marcou a história do rádio paulista e os textos são engraçados. Mais do que isso, são documentos da era do rádio, um material legal e inédito, pertencente ao acervo do Adoniran, guardado atualmente por Matilde, sua segunda esposa.