Ibitinga, Segunda, 25 de Novembro de 2024
Integrantes do MST invadem fazenda pela quinta vez em Borebi
Local pertence a uma empresa de suco de laranja. Na última invasão, parte da produção foi destruída

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) invadiram mais uma vez a fazenda Santo Henrique, em Borebi (SP), propriedade da fábrica de sucos de laranja Cutrale, nesta quarta-feira (31). Essa a quinta invasão na fazenda nos últimos 4 anos.

Representantes da fazenda registraram boletim de ocorrência na delegacia da cidade na manhã de hoje e a Polícia Militar está na fazenda acompanhando a invasão. Segundo as informações preliminares, cerca de 300 pessoas estão acampadas no local e a ocupação seguia pacífica até às 11h20.

A Fazenda Santo Henrique já foi invadida pelo MST pelo menos quatro vezes nos últimos anos, em 2009, 2011, 2012 e em junho deste ano, quando os integrantes do movimento ficaram três dias acampados no local e são suspeitos de ter destruído parte da produção, da estrutura e do maquinário da fazenda.

Na primeira invasão, em 2009, os integrantes do movimento depredaram o local e derrubaram milhares de pés de laranja utilizando um trator.

Bloqueio na Justiça
No começo deste mês, a Justiça Federal de Ourinhos (SP) bloqueou a matrícula da Fazenda Santo Henrique. A juíza substituta da 1ª Vara Federal de Ourinhos, Melina Faucz Kletemberg, considerou haver “grande possibilidade” de que a fazenda esteja instalada em terras da União. O pedido de tutela antecipada foi feito pelo Incra, através da Advocacia Geral da União, sob o argumento de que propriedade pertence à União. Com o bloqueio da matrícula da propriedade, fica impedido, por exemplo, qualquer negociação de compra e venda.

Desde agosto de 2006, o Incra reivindica na Justiça a posse da fazenda Santo Henrique, que faria parte do Núcleo Colonial Monção, projeto de colonização do governo federal criado no começo do século passado para colonizar um vazio geográfico no centro do Estado, que compreendia uma  área de 40 mil hectares.

Em nota, a Cutrale afirma que possui a documentação e as escrituras que comprovam a posse legal da área e que a decisão da Justiça Federal de Ourinhos tem apenas o objetivo de evitar que a propriedade sofra alterações em seus registros no cartório de imóveis.

G1

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