A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou os números do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), em 2012. São Paulo é o Estado que lidera a utilização da política pública. Dos 128 mil produtores atendidos com recursos na ordem de R$ 586,5 milhões em cerca de 2,6 mil projetos, 18,5 mil deles são paulistas, seguido por 17,5 mil do Rio Grande do Sul e 12,2 mil de Santa Catarina.
Braz Albertini, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo (Fetaesp), explica que é positiva essa liderança. “Com a garantia de comercialização ampliada, os agricultores produzem mais, o que contribui para atender a crescente demanda e movimenta a economia agrícola paulista”. Ele enfatiza que a Federação procura colaborar para que essas políticas cheguem aos agricultores. “Temos dirigentes sindicais e engenheiros agrônomos trabalhando na divulgação das políticas agrícolas e agrárias vigentes, realizando encontros com produtores por todo o Estado”.
Os três Estados também receberam o maior volume de investimentos em Reais. No Rio Grande do Sul, a soma dos projetos chegou a R$ 115,6 milhões, em São Paulo, a R$ 74,4 milhões, e em Santa Catarina, R$ 53 milhões. O valor do investimento é variável com as características da produção de cada Estado, quanto mais beneficiado o produto adquirido, mais elevado o preço. Assim, um Estado com um menor número de produtores pode ter um maior valor investido.
De janeiro até o dia 20 de agosto deste ano, a Conab já operou mais de R$ 60 milhões em aquisições de produtos de 237 projetos do PAA. Segundo técnicos da Companhia, a tendência é haver uma maior procura dos agricultores pelo PAA no segundo semestre. A expectativa é operar R$ 700 milhões em 2013.
Como funciona - Criado em 2003, o PAA é uma ação do Governo Federal com foco no fortalecimento da agricultura familiar e no enfrentamento da fome. O programa utiliza mecanismos de comercialização que favorecem a aquisição direta de produtos de agricultores familiares ou de suas organizações. Os alimentos são adquiridos pelo governo diretamente da agricultura familiar para a formação de estoques estratégicos e distribuição à população em maior vulnerabilidade social. Os produtos destinados à doação são oferecidos para entidades da rede socioassistencial, nos restaurantes populares, bancos de alimentos e cozinhas comunitárias, etc.