A cana-de-açúcar colhida na região noroeste paulista ajuda o país a depender menos da gasolina importada. O noroeste paulista é um dos maiores produtores de etanol do Brasil, e a quantidade de litros que saiu das usinas neste ano já é bem maior que na safra passada.
As empresas estão produzindo mais combustível do que açúcar. Com mais etanol, o mercado se mantém estável, o que tem evitado surpresas na hora de abastecer. Nos postos de combustíveis, o motorista já percebeu que o etanol vale mais a pena, e a explicação está nos canaviais.
A safra deste ano deve crescer até 11% e mais da metade da cana colhida é transformada em etanol (56,34%). De abril, quando começou a safra, até a primeira quinzena de agosto , a produção do combustível surpreendeu : crescimento de mais de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.
O aumento na oferta de álcool no mercado ajudou a reduzir a importação de gasolina. Em janeiro deste ano, o país teve que comprar no exterior 680 milhões de litros de gasolina, 22% do total consumido. O último levantamento feito pelo Ministério das Minas e Energia mostrou que em junho, a importação caiu para 50 milhões de litros.
“Se não houvesse uma produção maior de etanol, seria necessário que o governo importasse mais gasolina. Então, de fato, a oferta de etanol maior contribui para que haja importação menor de gasolina e isso segura o preço”, afirma o representante da Unica, União das Indústrias de Cana-de-açúcar, Sérgio Prado.
Para estimular a produção nas usinas, o governo aumentou, em maio, a quantidade do combustível misturado à gasolina, de 20 para 25%. Isso fez a produção de etanol bater recorde, com aumento de 50%.
Nas bombas, o preço do etanol hidratado ficou praticamente estável em relação a agosto do ano passado (era R$ 1,89, agora é R$ 1,90). Já o preço médio da gasolina no país aumentou R$ 0,11 no mesmo período (era R$ 2,72, passou para R$ 2,83). Os dados são da ANP, Agência Nacional de Petróleo. G1