Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 14 milhões de mulheres que vivem em áreas rurais da América Latina e Caribe (ALC) tem como fonte de renda principal empregos não agrícolas. As informações são da Terceira Nota de Políticas sobre Mulheres Rurais, divulgada em 15 de outubro, Dia Mundial da Mulher Rural.
“A renda que esse trabalho não agrícola gera é essencial para autonomia econômica e para segurança alimentar das famílias dessas mulheres”, afirma a FAO. A informação demonstra que a necessidade das mulheres buscarem outra fonte de renda aumentou drasticamente nos últimos anos. Entre 2010 e 2013 esse tipo de trabalho cresceu de 9,6 milhões para 14 milhões.
Ao todo, serão divulgadas sete notas sobre o tema, pela FAO, com a função de fornecer dados objetivos sobre a situação das mulheres rurais. A primeira nota, divulgada em junho, tem como tema a porcentagem de mulheres responsáveis por atividades agropecuárias. Segundo o relatório 13% dos agricultores no Brasil são mulheres, mas as terras delas tendem a ser menores, de menor qualidade e existe um menor acesso ao crédito, assistência técnica e capacitação para elas. A segunda nota chama a atenção para a não remuneração das mulheres rurais com mais de 15 anos. O documento fala sobre o alto número de mulheres consideradas inativas, mas que na verdade participam das atividades agrícolas.
Mulheres na região
Em Ibitinga e Tabatinga, mulheres são comuns no campo. “Há mulheres que gerenciam grandes propriedades, mas elas estão mais presentes em culturas de estufa como pimentão, alface e tomate, onde é predominante a agricultura familiar”, afirma o técnico agrícola do Sindicato Rural, Valdecir Vasconcelos.
Foi o que aconteceu com Yurico Tsutsumi Nonaka. Nascida na roça, aprendeu com os pais, desde cedo, o funcionamento da atividade agrícola: “Agricultura é a coisa que eu mais gosto”, conta. Casada com um agricultor, Yurico garante que nunca foi vítima de machismo. “As decisões, em casa, sempre foram tomadas em conjunto e as tarefas distribuídas”, relata.
Outro exemplo de mulher na agricultura é Rita Rosária que, depois da morte do marido, se viu diante da necessidade de assumir o comando da fazenda. Cercando-se da experiência de homens mais velhos, que sempre viveram no campo e sabem muito sobre cultivo, Rita tem superado os desafios. “Com a ajuda de Deus e dos amigos tudo tem dado certo”, conclui.