Cerca de 200 integrantes do Movimento Sem Terra (MST) pararam a rodovia Cezario José de Castilho (SP-321), a Bauru-Iacanga, no trecho de Ibitinga, com caminhões e pneus, por volta das 17h desta quarta-feira (13), em protesto à reintegração de posse da estada vicinal municipal, onde eles estão acampados, na cidade de Iacanga. O grupo reivindica a desapropriação de uma fazenda do antigo Frigorífico Mondelli, atualmente em negociação com o Banco Indusval.
Depois de ficar mais de 60 dias assentado às margens da estrada municipal Iac-010, o prefeito de Iacanga, Chico do Bordado, entrou com pedido de liminar de reintegração de posse na Justiça para que o MST deixasse o local em 48 horas.
Tudo começou no dia 7 de setembro, quando mais de 200 famílias montaram seus alojamentos na estrada. O motivo desta ocupação seria a promessa do Incra em ceder ao MST a área de uma fazenda do antigo Frigorífico Mondelli.
Sem poder entrar na propriedade, os sem-terra resolveram ficar às margens da via, onde passam dezenas de caminhões, bitrens e até treminhões carregados durante o dia todo. Por conta do pedido de reintegração de posse, cerca de 150 membros do MST ocuparam a Prefeitura de Iacanga na semana passada para tentar nova conversa com o prefeito. No diálogo ficou acordado que o MST deveria apresentar documento do Incra para que o prefeito cassasse o pedido de liminar.
Em uma visita à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo, na manhã de anteontem, seis membros do MST, o secretário de Negócios Jurídicos de Iacanga, Sebastião Xavier, e o vereador Bruno Borba (PC do B) divulgaram um documento que cita a intenção do instituto de fazer a reforma agrária na “região” do município de Iacanga”, sem especificar a fazenda que vem sendo reivindicada para desapropriação.
Em nota, o Incra esclareceu ao JC que “buscará desenvolver ações de reforma agrária na região, como a busca de imóveis para a criação de assentamento. A negociação de áreas para esta finalidade, como a citada, pertencente a uma instituição financeira, integra esse conjunto de iniciativas, mas ainda encontra-se em fase de estudos preliminares. Ressaltamos também que o Incra continuará acompanhando a situação das famílias por meio da sua Ouvidoria Agrária Regional para a mediação de eventuais conflitos e articulação de uma solução pacífica para a questão”. (Jcnet)