Criada em novembro de 2010, com apoio da Casa da Agricultura e do Sindicato Rural (SR), a Associação de Piscicultores de Ibitinga (API), nasceu da necessidade de mudança no setor da pesca no município, em busca da regularização da atividade.
O potencial de Ibitinga, banhada por inúmeros rios e riachos, precisa ser melhor aproveitado, na opinião do presidente do SR, Frauzo Sanches, por isso, a entidade busca alternativas e apoia produtores. “Mesmo neste período seco, provavelmente o pior da história, nossa represa, por uma questão de estratégia, tem seu nível mantido alto. Isso, associado à necessidade de diversificação das atividades no município, fez com que o sindicato apoiasse a criação da associação, através do nosso diretor Alcides Moreira, que tem acompanhado de perto o andamento dos trabalhos”, explica Sanches.
“Ainda era chefe da Casa da Agricultura, quando um grupo de pescadores profissionais, que morava ao redor do Pontal do Jacaré (perto da Balsa), me procurou afirmando que não havia mais condições de sustentar a família com a pesca artesanal. Restrições e leis aplicadas à pescaria no Mato Grosso fizeram com que os pescadores da região ficassem mais aqui, originando os pesque pagues, desencadeando o desenvolvimento da corvina e acarretando na diminuição da oferta natural. Perguntaram-me o que poderiam fazer e disse-lhes que o inverso: ao invés de pescar, criar peixes”, conta Alcides dos Santos Moreira, diretor do SR.
Segundo Frauzo Sanches, um trabalho realizado em parceria entre o Sindicato Rural e a Associação de Piscicultores de Santa Fé do Sul é um bom exemplo a ser seguido. “Hoje além de terem uma fábrica de processamento de peixes, estão com uma fábrica de ração. Dependendo de como tudo evoluir por aqui, pretendemos fazer como eles fizeram”, ressalta.
As vantagens desta mudança de paradigma da pescaria em Ibitinga - da atividade extrativista para de cultivo -, são inúmeras. Válidas não apenas para os pescadores, mas principalmente para o Meio Ambiente. O problema, segundo o presidente da API, Carlos Eduardo Batista é a demora na regularização. “O incentivo do governo é grande, mas estamos amarrados à AES-Tiete, que parece querer nos segurar, e também a leis ambientais que vão apertando e dificultando tudo para os pescadores”, desabafa.
A associação hoje conta com 16 piscicultores, que tem dividido entre si as tarefas na administração da entidade, manejo e colheita. “Nosso objetivo é fazer a criação em uma região mais nobre e manter-nos mais perto da área de pesquisa, pois o local é excelente para o desenvolvimento da piscicultura com mais tecnologia e pesquisas”, ressalta Batista.
Toda a documentação exigida pela CETESB, AES-Tiete e Marinha foi providenciada e a ideia inicial de montagem de um grande criador de tanques redes, numa região de águas mais oxigenadas, considerada como um berçário de peixes, substituída pelo local indicado pelo especialista da AES-Tietê, a um quilômetro do Pontal do Jacaré. “É uma enseada com uma correnteza muito boa e nove metros de profundidade, uma característica impor-tante para técnica tanque rede. O único inconveniente do local são os “moitões”, mas há meios para se resolver”, explica o presidente da API.