A colheita de uva rosada e branca na região ultrapassou as expectativas dos produtores rurais e cresceu 30% nesta safra, em relação ao ano passado. O plantio da fruta típica do sul do país teve início nas cidades da redondeza como uma diversificação e, atualmente, é feito até para a produção de vinho.
Em um sítio de Nova Paulicéia, distrito de Gavião Peixoto (SP), além da plantação de cana, pêssego e ameixa, tem também uma bela parreira. Há 27 anos, o produtor Neri José Tomasetto decidiu expandir aposta na fruta que superou o clima quente e seco da região e deu ‘frutos’.
“Está um pouco melhor do que a gente esperava em termos de produção e qualidade de uva”, comentou Tomasetto, que começou com 5 mil pés e hoje tem 15 mil.
O produtor até gostaria de ampliar o cultivo, já que tem espaço e muitos pedidos, mas tem dificuldade em encontrar quem queira trabalhar na roça. “O pessoal está partindo muito para usina, para indústria, está sendo difícil mão de obra”, falou.
O cultivo da fruta vem crescendo ano a ano no estado de São Paulo que já é responsável por 40% da safra nacional. Solos mais arenosos como o do distrito de Água Vermelha, em São Carlos, se mostram promissores para o plantio das videiras.
O sol e a temperatura média, também ajudam no cultivo. Outro fator positivo é que a região ainda está intacta quanto às pragas. “Aqueles inimigos normais dela que estão instalados nas regiões produtoras, como fungos diversos e outras pragas, ainda não se fazem tão presente”, observou o professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Carlos Augusto de Sousa Martins Filho.
Vinhos
O produtor rural Victor Carlos Bonucci sempre gostou de vinho e viu na aposentadoria a oportunidade de ter o próprio negócio. Há seis anos, ele começou a plantar uvas específicas para a produção.
Hoje tem 8,5 mil pés de quatro espécies diferentes. E vai buscar na Itália outros três tipos para tentar aumentar a produção. “A questão de se plantar videiras viníferas é testar e ver aquela que melhor se adapta”, revelou.
G1