A produção mundial de laranja na safra 2013/14 deve apresentar crescimento de 5% em relação ao período anterior. O volume deve alcançar 51,77 milhões de toneladas em comparação com 49,40 milhões de t em 2012/13. Os dados fazem parte de relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Conforme os técnicos do USDA, o aumento da produção no Brasil, China e União Europeia (UE) mais do que compensa a queda nos Estados Unidos. No período, o comércio de laranja deve alcançar nível recorde, "com forte demanda e aumento da oferta", diz o USDA.
A produção brasileira de laranja, a maior do mundo, deve aumentar 8% em 2013/14, para 17,75 milhões de t, em comparação com 16,36 milhões de t no período anterior, impulsionada por elevada produtividade e clima favorável. Segundo o USDA, praticamente todo o aumento na oferta será utilizado para processamento, cujo volume aumentará de 10,91 milhões de t para 12,24 milhões de t, no período. O consumo in natura se manterá praticamente estável, de 5,45 milhões de t para 5,50 milhões de t.
A safra dos Estados Unidos deve diminuir 11%, para 6,71 milhões de t, em comparação com 7,57 milhões de t em 2012/13. Na Flórida, onde cerca de 95% das laranjas são utilizadas para processamento de suco, o clima seco e a doença greening nos pomares provocam a queda na produção. Na Califórnia, onde a maioria das laranjas é consumida in natura, a produção deve cair 5%, como resultado do congelamento das frutas em dezembro. Com isso, parte do produto será processado, enquanto a exportação deve cair 6%, com a redução da oferta.
A produção da UE deve subir cerca de 10%, de 5,88 milhões de t para 6,60 milhões de t, por causa do clima favorável. A importação de laranja na região deve aumentar ligeiramente, com África do Sul e Egito como principais fornecedores. No fim do ano passado, observa o USDA, a importação do produto da África do Sul foi proibida, em virtude da constatação da doença mancha-preta dos citros.
O USDA estima que a produção de laranja da China deve aumentar 10%, de 7,00 milhões de t em 2012/13 para 7,60 milhões de t em 2013/14, "mantendo o ritmo de crescimento do consumo in natura e do processamento". Os chineses devem manter a posição de maiores consumidores de laranja in natura, representando 20% do total mundial. "Com o objetivo de expandir a produção, novas variedades estão sendo introduzidas na China, tanto para colheita precoce, como tardia", informa o USDA.
O relatório mostra, ainda, que a produção global de suco de laranja em 2013/14 está projetada em 2,02 milhões de t, um aumento de 6% em relação ao ano-safra anterior (1,91 milhão de t). O crescimento do processamento brasileiro mais do que compensará o declínio na produção de Estados Unidos e México, principalmente. A exportação (1,52 milhão de t) e o consumo (1,95 milhão de t) globais devem se manter estáveis no período, enquanto os estoques (454 mil t) caem para os níveis mais baixos em pelo menos quatro anos.
A produção brasileira deve crescer 18%, para 1,16 milhão ante 981 mil t em 2012/13, com melhora no rendimento. De acordo com o USDA, a exportação brasileira (1,22 milhão de t) deve superar a produção, "para atender a demanda na UE e nos Estados Unidos". Com isso, o estoque do Brasil deve cair, acompanhando o aumento do ritmo dos embarques.
De acordo com os dados do USDA, a produção de suco de laranja pelos Estados Unidos deve diminuir cerca de 12%, para 550 mil t, por causa de perdas pela doença greening na Flórida. O consumo e a exportação do país estão em baixa, enquanto os estoques permanecem estáveis nos últimos três anos.
Globo Rural