As liberações de crédito rural entre julho de 2013 e fevereiro de 2014, os primeiros oito meses da safra 2013/14, alcançaram R$ 120,98 bilhões. Os repasses cresceram 41% em relação ao valor liberado em igual período ano passado (R$ 85,79 bilhões) e correspondem a 77% do montante programado para esta safra (R$ 157,063 bilhões). A safra 2013/2014 vai até junho de 2014. Os dados divulgados há pouco foram compilados pelo Departamento de Economia Agrícola da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.
O ministro da Agricultura, Neri Geller, informou em comunicado que os resultados dos primeiros oito meses de safra 2013/14 demonstram que o governo acertou em ampliar a oferta de crédito para o setor, especialmente para investimento. Segundo ele, a modernização produtiva tem sido um dos principais focos do agronegócio.
Segundo o levantamento, as liberações de crédito para a agricultura empresarial somaram R$ 107,20 bilhões de julho de 2013 a fevereiro deste ano, valor 45% superior aos R$ 73,95 bilhões repassados em igual período da safra passada e 78,8% dos R$ 136,063 bilhões programados para esta safra. Já as liberações para a agricultura familiar cresceram 16,3%, para R$ 13,78 bilhões, que representam 65,6% dos repasses previstos para os pequenos produtores. O estudo mostra que o ritmo da demanda pelo crédito rural está praticamente na mesma velocidade ante o mesmo período do ano passado, quando as liberações correspondiam, em média, a 65,8% do montante previsto para a safra 2012/13.
No caso da agricultura empresarial, o levantamento revela que as liberações de crédito de custeio e comercialização atingiram R$ 77,73 bilhões e apresentaram crescimento de 41,6% em relação a igual período da safra 2012/13. Os repasses correspondem a 79,6% dos recursos programados até junho de 2014, desempenho acima dos 61,7% liberados nos oito primeiros meses da safra passada.
Os repasses de recursos para custeio e comercialização da agricultura empresarial com taxas de juros controladas, equalizadas pelo Tesouro, somaram de junho de 2013 a fevereiro de 2014 R$ 56,90 bilhões, valor 27,3% superior ao do mesmo período da safra passada. Um dos destaques é o crescimento de 52,7% nos repasses de recursos da poupança rural, que atingiram R% 17,26 bilhões. Já as aplicações dos recursos obrigatórios sobre os depósitos à vista pelos bancos tiveram aumento de 15,7%, para R$ 28 bilhões.
O estudo também mostra crescimento expressivo de 104,9% (para R$ 20,83 bilhões) nas aplicações de recursos a juros livres para custeio e comercialização da agricultura empresarial. As liberações de recursos da poupança rural cresceram 37,2% (para R$ 1,85 bilhão), enquanto os recursos livres (próprios ou captados pelos bancos) aumentaram em 51,6%, para R$ 2,55 bilhões. Outro destaque nas aplicações de recursos a juros livres é a linha BB-Agroindustrial, cujas liberações cresceram 187,6%, para R$ 15,66 bilhões, superando o montante programado de R$ 7,250 bilhões até junho de 2014.
As liberações de crédito rural para investimento de julho de 2013 a fevereiro passado somaram R$ 29,48 bilhões, valor 54,6% superior ao liberado em igual período do ano passado e 76,7% do montante programado para esta safra. Os repasses das linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aumentaram 64,2%, para R$ 18,29 bilhões. O levantamento mostra que a linha de crédito do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) perde o fôlego nesta safra. De julho de 2013 a fevereiro deste ano foram liberados R$ 1,75 bilhão para financiar práticas sustentáveis no campo, valor 14,6% inferior ao desempenho de igual período da safra passada.
Nas linhas de crédito para investimento com recursos do BNDES se destaca o Procap-Agro, destinada à capitalização das cooperativas, com taxas de juros de 5,5% a 6,5% ao ano. Os repasses do Procap-Agro cresceram 321% em relação aos oito primeiros meses da safra passada e atingiram R$ 2,18 bilhões. No caso do PSI-BK, linha que financia bens de capital, os repasses cresceram 41,2%, para R$ 9,98 bilhões.
No programa de financiamento para construção de armazéns, lançado no ano passado pelo governo para amenizar os gargalos logísticos, foram liberados até agora R$ 2,34 bilhões, que correspondem a 67% dos R$ 3,5 bilhões programados. O ministro Geller, em recente entrevista, informou que esse segmento será uma das prioridades no próximo plano de safra 2014/15.
O Inovagro, outra programa recém-lançado pelo governo, direcionado às novas tecnologias agropecuárias, teve demanda no período de R$ 6,2 milhões, para um total programado de R$ 1 bilhão.
A demanda pela linha de crédito para renovação de canaviais totaliza R$ 904 milhões dos R$ 4 bilhões programados. O valor é maior ante o mesmo período do ano passado, quando a demanda das usinas somava R$ 584 milhões.
Globo Rural