A Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus) pretende refazer a proposta de um sistema provisório de precificação da laranja ao Conselho dos Produtores de Laranja e a Indústria de Suco (Consecitrus). A informação é do presidente da Associtrus, Flávio Viegas.
O Consecitrus deve se reunir na semana que vem para discutir a adequação das regras da entidade às restrições impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), como informou a Globo Rural o presidente do colegiado, João Sampaio. Viegas acredita que é preciso já ter um sistema de cálculo do preço pago ao produtor até se consolide uma metodologia definitiva.
“O Cade não quis se envolver nisso, mas vou levar uma proposta de precificação imediata”, garantiu.
Segundo o presidente da Associtrus, a proposta é tomar como base o valor pago por pequenas processadoras de laranja. Flávio Viegas explicou que essas indústrias de pequena escala propuseram ao citricultor um sistema de pagamentos que tem como referência o preço internacional do suco.
“O que vamos propor é que a grande indústria com alta eficiência reminere o produtor pelo menos no nível daquela pequena indústria até que se consolide o sistema”, disse.
Flávio Viegas disse que espera solução rápida para as discussões sobre a estrutura do Consecitrus. Desta forma, seria possível passar para os temas centrais, como a própria definição da fórmula de precificação da laranja paga ao produtor.
“Chegamos a um momento em que as discussões podem começar e temos as nossas propostas há muito tempo. Esperamos que as coisas possam se resolver rapidamente.”
O presidente da Associtrus avalia que o mercado neste momento tem fundamentos favoráveis ao citricultor. Segundo Flávio Viegas, as exportações de suco de laranja aumentaram e a produção da fruta é menor. O clima quente e seco do início do ano também causou problemas na lavoura, disse ele, sem quantificar as perdas.
Além disso, diz ele, os estoques de suco de laranja estão baixos. Citando dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Viegas informou que devem encerrar o atual ciclo em torno de 93 mil toneladas, bem abaixo da necessidade da indústria, que calcula em 350 mil toneladas.
“O cenário está difícil do lado da produção e da produtividade, mas melhora a relação de oferta e demanda. Temos todas as condições de melhorar o preço ao produtor, mas não sei se isso vai ocorrer”, avaliou Viegas.
De acordo com o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço da laranja para a indústria tem se mantido estável a R$ 10,33 por caixa de 40,8 quilos. A referência é a laranja posta na indústria com custos de colheita e frete considerados.
Globo Rural