Abastecer a geladeira com produtos saudáveis está mais pesado para a carteira do consumidor araraquarense. A estiagem prolongada é o principal fator que influencia sobre a safra e, consequentemente, no valor dos produtos hortifrútis. Em relação aos primeiros dez dias de setembro do ano passado, a variação chega a 30%.
Para Viviana Veltri, gerente de um varejão da cidade, a crise financeira e o transporte também se somam nesta conta, mas a falta de chuva prejudica a produção no campo.
“É difícil dizer o que realmente interfere no valor, mas com certeza a estiagem é o principal desta situação”, diz.
Aumento que pesa no bolso da família de Maura Braga Pereira de Nardo, de 54 anos. A auxiliar de limpeza conta que notou a diferença no preço dos alimentos, em especial no do tomate. Para não gastar além do que costumava, sua tática é pesquisar.
“Não posso deixar de comprar porque tenho criança pequena em casa, então tenho que ver onde está mais barato”, diz Maura.
Os ‘vilões’ do bolso
Entre os vilões do bolso, os três itens que estão presentes na cesta básica e são quase indispensáveis para o paladar brasileiro são os que mais ganham destaque no aumento dos preços.
Segundo o gerente geral de um supermercado da cidade Sidinei Orácio da Silva, a batata, o tomate e a cebola estão com o preço “lá em cima”.
“Os produtos que mais sofrem são os que mais têm variação no preço. O quilo da cebola, por exemplo, já chegou a custar R$ 0,99 e hoje custa em torno de R$ 2,35”, conta. O menor preço foi praticado em abril, no período da safra.
Já, em um comparativo com setembro de 2013, neste supermercado, a cebola está 15% mais cara hoje. Outros legumes têm a variações, em média, semelhantes.
Além dos três itens, o preço das frutas também pesa na conta no final do mês. O quilo da banana, por exemplo, chegou a custar R$ 1,49, no mesmo supermercado e, hoje, está sendo vendida por R$ 2,35.
Já a maioria das folhas, que são produzidas em estufa e não sofrem com o descontrole de temperatura e seca, estão com o preço e qualidade estáveis.
Qualidade
Ainda segundo Sidinei, a qualidade do produto não é das melhores. A instabilidade do tempo não contribuiu para o desenvolvimento da plantação. “O preço está elevado quando a safra está mais fraca, então a qualidade também é inferior. Tudo está diretamente ligado”, explica o gerente.
No varejão do qual Viviana é gerente, a qualidade também é um dos pontos relativos. Segundo ela, o produto tem pouca diferença do das ‘boas épocas’, mas existe.
“O equilíbrio do clima é essencial para as plantações. O que está pesando agora são as frutas”, diz a gerente. (colaborou Gabrielle Chagas)
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