O mercado internacional do agronegócio está em polvorosa, e a araraquarense Cutrale está no centro da discussão. Em conjunto com o fundo de investimentos do Grupo Safra, uma das maiores produtoras de suco de laranja do mundo agora quer dominar a produção de bananas, com a aquisição da norte-americana Chiquita Brands, uma das líderes desse mercado. A empresa enfrenta dificuldades e atravessa prejuízos altos há dois anos.
Atualmente, 80% do mercado global da fruta é dividido entre quatro empresas: Chiquita, Fresh Del Monte, Dole Food e Fyffes.
Em 11 de agosto, o grupo brasileiro ofereceu US$ 625 milhões [mais de R$ 1,46 bilhão] aos acionistas americanos, algo equivalente a US$ 13 por ação, em dinheiro. Além do valor da compra oferecido pelo grupo Cutrale/Safra, há as dívidas atuais da Chiquita. Ao todo, o montante pode ultrapassar US$ 1,2 bilhão.
No entanto, a empresa não aceitou a proposta e começou a migrar para uma outra ideia: fundir-se à irlandesa Fyffes, uma das maiores distribuidoras de produtos tropicais na Europa. Isso criaria a maior companhia de bananas do planeta.
Reviravolta
O negócio, antes tido como perdido, sofreu uma reviravolta. Na semana passada, a Chiquita anunciou que assinou um acordo de confidencialidade com o grupo Cutrale/Safra. Agora, a empresa norte-americana se disse interessada em ouvir nova proposta de compra dos brasileiros após refutar o valor anterior.
Em nota internacional divulgada à imprensa, a Chiquita disse que esse acordo é “semelhante ao firmado com a Fyffes e permite o acesso dos brasileiros a uma sala de dados e sua equipe de gestão”.
A empresa disse ainda que, por conta dessa novidade, adiou a assembleia geral extraordinária da próxima quarta-feira, dia 17, para o dia 3 de outubro. Daí sairá o resultado das negociações. A Chiquita ainda comunicou que não vai atualizar o mercado com qualquer outra informação até a decisão final e votos do conselho.
Tribuna Impressa