Os procuradores do Ministério Público do Trabalho e equipes da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal flagraram na tarde desta sexta-feira (12) nove trabalhadores em situação de escravidão em um canavial na zona rural de Bauru (SP).
Os procuradores chegaram ao local após denúncia de um dos trabalhadores. Com autorização da Justiça, os procuradores e os policiais invadiram a fazenda e durante a fiscalização um dos trabalhadores chegou a desmaiar no canavial.
O responsável pela contratação dos trabalhadores, que são moradores da região, foi preso por porte ilegal de armas, trabalho escravo e tráfico de drogas. Segundo o MPT, o homem mantinha os trabalhadores em cárcere privado, porque eles não tinham permissão para deixar o alojamento e descontava do salário o valor de bebidas alcoólicas, cigarros e até drogas que ele mesmo fornecia aos trabalhadores.
A maioria ganhava R$ 50 por dia, mas com os descontos recebiam, em média, R$ 15. Ainda de acordo com as denúncias, os cortadores de cana eram ameaçados pelo suspeito. No caminhão dele foram encontradas duas armas, uma de calibre 12 e outra de calibre 32, ambas sem registro, além de porções de maconha e crack.
O homem será encaminhado para a sede da Polícia Federal em Bauru e depois deve ir para alguma cadeia da região. O dono da fazenda arrendava a terra para um terceiro que teria contratado o responsável pelos trabalhadores.
Ainda segundo o MPT, os dois também devem responder pelo crime e o dono da fazenda ainda deverá arcar com a regularização da situação trabalhista dos cortadores de cana. A maioria trabalhava para o atravessador há mais de 20 anos sem carteira assinada.
Além disso, os trabalhadores não receberam os equipamentos de proteção individual.
Os procuradores também fiscalizaram o alojamento dos trabalhadores, que fica em um distrito de Arealva. Lá uma mulher, que trabalha como cozinheira, também foi encontrada em situação precária de trabalho.
G1