A cura para o Mal de Alzheimer ainda não existe, mas uma descoberta enche de esperança 44 milhões de pessoas no mundo que sofrem com a doença. A ibitinguense Sônia Corrêa (foto), que é pesquisadora, cientista e professora da Universidade de Bradford, na Inglaterra, teve o resultado de sua pesquisa publicada na revista Nature. A publicação na revista americana voltada para artigos científicos ocorreu no dia 19 de agosto deste ano. De férias no Brasil, a pesquisadora revelou como a sua pesquisa pode amenizar a perda de memória, sintoma que afeta o Mal de Alzheimer.
Uma proteína chamada MK2/3 está presente no nosso corpo, porém, por razões ainda a serem descobertas, a ausência destas proteínas no organismo promove danos na área do cérebro responsável pelo processo de aprendizado e da memória. Segundo a pesquisa, a proteína no organismo 'deixa' de fazer o seu trabalho por não ser 'ativada', descobriu a pesquisadora. “Nós também esperamos continuar nossos estudos para identificar se estas proteínas deixam de ser ativadas em pacientes que sofrem o Mal de Alzheimer. Agora nós vamos estudar a possível associação de outras proteínas responsáveis pela formação da memória para tentar ativá-las”, explicou Sônia sobre um novo possível caminho de estudos para uma nova pesquisa.
O trabalho científico liderado pela pesquisadora ibitinguense, foi um trabalho de três anos efetuado por uma equipe de sete pesquisadores. Toda a pesquisa consumiu cerca de £ 700 mil libras, um valor próximo a R$ 2.8 milhões, custeado pelas universidades de Warwick e Bradford e pelo governo inglês.
A doença
Segundo o relatório da Federação Internacional de Estudos sobre o Mal de Alzheimer, publicado em 2013, até o ano de 2050, cerca de 135 milhões de pessoas no mundo sofrerão com a doença.
A pesquisa de Sônia Corrêa tem grande importância no mundo acadêmico e científico, por razões muito óbvias: traz esperança de ativar uma área do cérebro capaz de retardar e consideravelmente diminuir os sintomas do Mal de Alzheimer que possam surgir, através de 'ativar' a proteína MK2/3. “A ausência dessa proteína, dificulta a formação da memória e do aprendizado, já muito comum nos idosos. A perda da memória acontece com o envelhecimento natural do cérebro, e também por causa de doenças neurodenegerativas”, explicou a cientista.
De Ibitinga para o mundo
A pesquisadora nasceu em Ibitinga e já trabalhou em diversos países, como França, Estados Unidos, Ale-manha e Canadá. Atualmente leciona e trabalha na Inglaterra e visitou a família em Ibitinga no final do mês passado.