Entre os dias 10 e 14 da semana passada, aconteceu no Pavilhão Permanente de Exposições, a 2ª Semana do Empreendedorismo de Ibitinga. O evento realizado pela Prefeitura Municipal, teve como objetivo assegurar os direitos de cidadania, simplificar os processos de abertura, alteração e encerramento de empresas e fomentar o empreendedorismo e a sustentabilidade no município dando a oportunidade de formalização e esclarecimento de dúvidas relacionadas ao dia a dia dos pequenos negócios locais.
Inúmeras empresas e organizações marcaram presença no evento, entre elas, a Associação dos Produtores Rurais de Ibitinga APRIB, que participou pela primeira vez, montando um colo-rido estande com frutas e legumes, que encheu os olhos de quem passava pelo local. A estimativa é que, entre adultos e crianças, mais de duas mil pessoas tenham visitado o estande. “Fomos convidados pela prefeitura e trouxemos os produtos de cada um dos membros da associação para mostrar o potencial de todos esses ali-mentos na merenda escolar. Muitas crianças passaram por aqui e elas têm a curiosidade de saber qual o nome dos legumes expostos e como é feita a plantação. As crianças adoraram”, comentou o presidente da APRIB, João Mizoni.
Para Ana Paula Cardoso, associada e secretária da APRIB, a participação no evento é de fundamental importância. “Estamos divulgando o que produzimos e o que entregamos na merenda escolar e o principal: a qualidade que esse produto tem. Com isso, os pais acabam conhecendo melhor o que seus filhos consomem na merenda escolar e criam também um vínculo com a criação do Galpão do Agronegócio, que também já está ai”, afirma.
Vera Lúcia Tonezzi, outra associada, também vincula a participação no evento a uma oportunidade de divulgar para a população a produção agrícola do município. “Estou construindo uma estufa e acho importante que as pessoas nos conheçam, para que depois haja um bom giro de nossos produtos”, aponta.
“Sozinhos não fazemos nada, por isso, ficamos muito felizes com o convite. Tudo isso mostra o quanto estamos crescendo. Estamos inteiramente satisfeitos com nossos parceiros que são o Sindicato Rural, a CATI e a Associação dos Piscicultores e mais satisfeitos ainda com os resultados de nossa participação aqui”, conclui Minzoni.
Merenda escolar
Pelo terceiro ano consecutivo, cresceu em Ibitinga a utilização de recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que obriga os municípios a adquirirem no mínimo 30% dos recursos destinados à aquisição de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar.
Em 2013, Ibitinga teve disponível cerca de R$ 210 mil para o PNAE e utilizou pouco mais de R$ 40 mil. Em 2012 foram apenas R$ 5 mil reais. Este ano, a prefeitura realizou duas Chamadas Públicas, uma no primeiro semestre, no valor de R$ 71.066,40 e outra no segundo semestre, de R$ 44.345,52. Ao todo, 10 produtores rurais foram beneficiados e os principais produtos adquiridos foram: acelga, banana, cenoura, couve, cheiro-verde, mandioca, mamão, melancia, pimentão, repolho, tomate e vagem.
Segundo o técnico agrícola do Sindicato Rural, Valdecir Vasconcelos, já está sendo programada, para o início do próximo ano, uma Chamada Pública com estimativa de ultrapassar os 30% mínimos exigidos. “O município não conseguia comprar nada do agricultor familiar, enquanto eles perdiam sua produção, este ano, a prefeitura já conseguiu adquirir mais de 10% dos recursos do PNAE do agricultor familiar e estima superar os 30% obrigatórios em 2015. O trabalho do sindicato foi decisivo na implantação e no sucesso do programa, para construir essa 'ponte' entre a prefeitura e os produtores. Hoje são 12 produtores beneficiados na cidade e a expectativa para o próximo ano é chegar a 20 agricultores familiares vendendo sua produção para a prefeitura”, conclui Vasconcelos.
Pensando em ampliar os benefícios do PNAE, o Sindicato Rural encaminhou proposta de projeto de lei semelhante à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, sugerindo que os recursos repassados pelo Estado aos municípios paulistas para aplicação na merenda escolar também sejam obrigados à destinação de no mínimo 30% para aquisição de gêneros alimentícios do agricultor familiar. Com isso, o produtor poderá participar em dois programas distintos e ter seu valor máximo de venda — que hoje é de R$ 20 mil / ano — aumentado.
Galpão do Agronegócio
O 'Galpão do Agronegócio e Unidade de Processamento Mínimo' é um projeto da APRIB, com apoio do Governo do Estado, da Prefeitura, do Sindicato Rural e da CATI, que possibilitará aos produtores exporem permanentemente sua produção, estabelecendo um contato maior com o consumidor final.
A expectativa é que o galpão, localizado próximo ao aeroporto, esteja em funcionamento a partir de abril de 2015. O local será utilizado pelos produtores para realizar o processa-mento mínimo e efetuar a venda direta da sua produção agrícola, garantindo aos consumidores a aquisição de produtos de maior qualidade, a preços mais acessíveis do que os praticados no mercado.
Para o presidente do Sindicato Rural, Frauzo Sanches, a viabilização do Galpão do Agronegócio representa uma enorme conquista para a cidade. “Além de fortalecer a produção de alimentos, o galpão proporciona a diversificação de atividades agrícolas no município, o que representa um benefício social, econômico e ecológico”, conclui